Sexta-feira a noite, estávamos num restaurante japonês no bairro da Liberdade em São Paulo, dois casais e um amigo desacompanhado que morava no Rio de Janeiro. Ele, iria jantar e tomar o ultimo vôo da ponte aérea. Conheci o pequeno restaurante levado por um colega de trabalho um chinês de Hong Kong de nome Raul dos Remédios. Como era mais velho e conhecedor da comida oriental, introduziu-me nos mistérios e sabores da culinária japonesa. O chinês, Raul. dizia que era muito bom comer comida chinesa em restaurante japonês. O restaurante que ainda existe naquela pequena travessa da avenida Liberdade, ficava ao lado de um das primeiras unidades do Colégio Objetivo.
O jantar transcorria num ambiente de cordialidade e alegria como sempre acontece em reuniões de bons amigos. O amigo que estava só, era irmão do homem do outro casal. Na mesa Um vasinho e algumas tacinhas de porcelana japonesa, para o sake morno. Dividíamos um sukyaki, apos ter comigo peixe cru e outras iguarias da comida japonesa. E, vai que de repente a mulher cunhada do meu amigo que aguardava o vôo de retorno ao Rio, decidiu colocar o vasinho de porcelana na bolsa a titulo de souvenir.
Na hora de pagar a conta a senhora japonesa, gerente (ou dona) do restaurante solicitou o vaso de sake. A cunhada disse que não tínhamos pegado o vaso pois não éramos ladrões de restaurante. O amigo do Rio, disse, não minha senhora, se existe um problema a senhora pode incluir o valor do vaso de porcelana na conta. A partir dai, o ambiente ficou, como chamamos hoje saia justa enquanto a japonesa gerente dizia, se querem qualquer item de porcelana japonesa, esperem até amanha, quando as lojas estarão abertas. Amanhã é sábado e podem comprar o que quiserem. Lamento informar que as louças usadas pelo restaurante não estão a venda.
Situação extremamente incomoda e lamentável, pois sabíamos que a cunhada tinha colocado o precioso vaso na bolsa. A japonesa dona disse ou devolvem ou irei chamar a policia para resolver este assunto. Peço portanto pra abrirem as bolsas para que eu possa ver o conteúdo. A cunhada disse, as bolsas não iremos abrir e, a senhora pode chamar a polícia, imaginando que tudo iria terminar em pizza, mesmo estando num restaurante japonês.
Acabamos indo então para a delegacia de policia mais próximo quando então o delegado em decisão salomonica, convenceu a dona do restaurante cobrar o vaso e liberou os distintos casais e o convidado que tinha que voltar para o Rio.
A partir dai passei a tomar muito cuidado com todos cleptomaníacos de plantão evitando dissabores como o descrito acima. Infelizmente não pude mais voltar ao restaurante que freqüentei durante anos.