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Poesias-->ESTIGMA DO MUNDO -- 13/06/2003 - 09:20 (ALEXANDRA APARECIDA JAHNEL PASCOAL) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ESTIGMA DO MUNDO



Que a luz da lua ilumine teus sonhos,

nobre guerreiro, belo feiticeiro.;

eu aqui querendo teu colo,

já me tens com sono,

meu coração jaz no solo.;

faces pálidas da Deusa Terra,

Mãe Gaia, princípio de mais uma Era.



Meu coração é o infinito neste universo perdido.;

que meu Olimpo se foi a tanto tempo,

o doce perfume da ambrosia perdido no vento.;

as fontes de Aganipe não mais inspiram poemas e canções,

as Musas já não cantam e encantam mortais corações.



Quisera poder novamente, a beleza de Afrodite e Hera vislumbrar.;

nas festas de Baco, de alegria e vinho me embriagar.;

ver Apolo em seu carro do sol fazer o dia despontar.

Destino, filho da Noite, hoje mais obscuro que outrora,

suprema sabedoria, das sombras rege os desígnios de cada aurora,

controla o universo, mesmo esquecido, não foi embora.



Hoje não mais sorvem o leite de Gaia, filhos pagãos.;

só os satisfazem lágrimas e sangue dos próprios irmãos.;

eu sigo solitária cumprindo minha terrível punição:

sou testemunha do Destino, estou em total solidão,

nascendo, morrendo, sem vida, sem pátria, sem coração



Circe, grande maga, filha do dia e da noite, do sol e da lua,

da morte e da metamorfose fez-se uma arte só tua.;

quem dera teus filtros e venenos poder conhecer

e por fim os tão pouco humanos em animais converter.



Hércules, irmão, poderes de deus, mas mortal coração.;

quisera ter tua força para suportar esta minha maldição,

eu morro a cada vida, trazendo lembranças imortais de solidão.

Sou como Biana, engolida por um abismo profundo,

sou fada, sou bruxa, sou deusa, sou o estigma do mundo.







XANTRA LENHAJ











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