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Artigos-->A Estética da Violência -- 11/04/2002 - 07:39 (Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


[Segue abaixo um artigo de Glauber, esse

incompreendido por Milhiena.]





ESTÉTICA DA VIOLÊNCIA



Visto a introdução informativa que se fez

característica nas discursões sobre a América Latina;

prefiro definir o problema das relações entre nossa

cultura e a cultura civilizada em termos menos

limitativos que os que empregam em sua análise o

observador europeu. Em realidade a América Latina

chora desconsoladamente sobre suas misérias, o

observador estrangeiro não as percebe como um feito

trágico, senão como um elemento normal do campo ao seu

redor. Nos 2 casos, este caráter superficial é fruto

de uma ilusão que se deriva da paixão pela verdade (um

dos mais estranhos mitos terminológicos que se falam

infiltrado na retórica Latina), cuja função é para

nossa redenção, mas para o estrangeiro não tem mais

significado que a simples curiosidade, a nosso

entender, nada mais que um simples exercício

dialético. Desse modo, nem o Latino Americano comunica

sua verdadeira miséria para o homem civilizado nem o

homem civilizado compreende verdadeiramente a

miserável grandeza do Latino Americano.







Fundamentalmente na situação da arte no Brasil pode

sintetizar-se deste modo: Até agora uma falsa

interpretação da realidade tem provocado uma série de

equívocos que não só nos tem limitado ao campo

artístico, senão que tenham contaminado sobre todo o

campo político.







O observador europeu se interessa pelos problemas da

criação artística do mundo subdesenvolvido na medida

em que estes satisfazem sua nostalgia pelo

primitivismo, mas esse primitivismo se apresenta baixo

uma forma híbrida, já que é herdado do mundo

civilizado e mal compreendido, já que tem sido imposto

pelo condicionamento colonialista. América Latina é

uma colônia, a diferença entre o colonialismo de ontem

e o de hoje reside somente nas formas mais definidas

dos colonizadores atuais. No entanto, outros

colonizadores tratam de substitutos com formas mais

sutis e paternalistas.







O problema internacional da América Latina não é mais

uma simples questão para saber a mudança do

colonizador, por conseguinte nossa liberação está

sempre em função de uma nova dominação.







O condicionamento econômico nos tem levado ao

raquitismo filosófico, a impotência às vezes

consciente e às vezes não: o que gera, em primeiro

caso a esterilidade e em segundo a histeria. Dele se

deriva que nosso equilíbrio, em perspectiva, não pode

surgir de um sistema orgânico senão de um esforço

titânico autodestruidor, para superar essa impotência.







Só no apogeu da colonização nos damos conta de nossa

frustração. Sim nesse momento o colonizador nos

compreende, não é a causa da claridade de nosso

diálogo, senão a causa do sentido do humano que

eventualmente tem. Uma vez mais o paternalismo é o

meio utilizado para compreender uma linguagem de

lágrimas e de dores.







Por isso, a fome do latino americano não é somente um

sintoma alarmante da pobreza social, senão a ausência

da sua sociedade. Desse modo podemos definir nossa

cultura de fome. Aí se reside a originalidade prática

de nosso cinema com relação ao cinema mundial, nossa

originalidade é nossa fome, que é também nossa maior

miséria pré-sentida mas não comprometida.







Sem mais nós compreendemos, pois sabemos que sua

eliminação não depende de programas tecnicamente

puros, senão de uma cultura da fome que ao olhar as

estruturas às supera qualitativamente. E a mais

autêntica manifestação cultural da fome é a violência.

A tradição surgida da piedade redentora e colonialista

tem sido a causa do estancamento social, da

manifestação política e da mentira fanfarrona.







O comportamento normal de um faminto é a violência,

mas não a violência por primitivismo, senão que a

estética da violência, antes que primitiva é

revolucionária; é o momento em que o colonizador toma

consciência da existência de um colonizado.







Apesar de tudo, esta violência não está impregnada de

ódio senão de amor; trata-se inclusive de um amor

brutal como a violência mesma, porque não é um amor de

complacência ou de contemplação, senão um amor de

ação, de transformação.







Já se tem superado os tempos em que o novo cinema

necessitava explicar-se para poder existir; o novo

cinema necessita converter-se num processo em si mesmo

para dar-se a compreender melhor, pelo menos na medida

em que nossa realidade pode ser compreendida a luz de

um pensamento que a fome não debilite o volta

delirante.







Por tanto, o novo cinema não pode se desenvolver no

marco do processo econômico cultural do continente.

Por isso, em seus verdadeiros começos, não tem

contatos com o cinema mundial, salvo no respeito a

seus aspectos técnicos, industriais e artísticos.







Nosso cinema é um cinema que se põe em ação em um

ambiente político de fome, e que padece por tanto das

fraquezas próprias de sua existência.











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