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Cronicas-->MANTENDO A COR -- 16/11/2002 - 15:41 (Lílian Maial) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MANTENDO A COR
por Lílian Maial


Acordei com um belíssimo dia de sol aqui no Rio, após alguns dias de chuva e tempo nublado. Estou queimadérrima, recém-chegada de uma viagem a Salvador. Ou seja, não quero perder o bronzeado por nada.
Mas acontece que estou com reforma, perdida entre bibelós espalhados pela casa, filhos misturados a cadernos, tênis, roupas, brinquedos, e 2 pintores fechados no quarto das crianças, pintando o sete.

Como não perder o sol? Simples: coloquei o biquini, peguei a canga, o filtro solar, óculos escuros e armei minha toalha na varanda (alguns fazem a cama na varanda, eu faço o clube).

Por causa do feriadão, quase não há vizinhos nos prédios adjacentes, o que viabiliza a idéia, sem riscos maiores de congestionamento nas janelas. E os que estão, decerto não se importariam de exercitar um pouquinho o voyeurismo latente, apenas de relance.

Vesti-me como quem vai a uma praia, inclusive com os apetrechos que mal cabem na bolsa. Instalei-me confortavelmente, toalha estendida no chão, uma outra dobrada, fazendo-se de travesseiro, tudo para pegar uma corzinha.
Besuntei-me de filtro solar, afinal, nada de exageros e contribuições para o envelhecimento da pele, não é mesmo?
Coloquei uma garrafa de água bem gelada ao meu lado, para matar a sede e borrifar no corpo, depois de alguns bons minutos de suadouro na varanda ensolarada. Cabe ressaltar que minha varanda é grande, mas toda cercada de vasos de flores, cada qual mais linda nessa época do ano.
Tomei todos os cuidados para ser o mais discreta possível e não deixar nenhum transeunte perceber o que se passava no terceiro andar daquele prédio (o meu, claro).

Deitei-me placidamente, como a quarar esticada na toalha, e ali fiquei, virando-me a cada quinze minutos, tipo franguinho de padaria, para adquirir um colorido uniforme. Fiquei assim por cerca de 1 hora e meia, bastante suada, com respingos eventuais de água, inclusive daquela vizinha de cima, que eu podia jurar que não molhava só as plantas.

Já estava começando a me cansar da solidão das lajotas vitrificadas, pensando no banho frio delicioso que viria a seguir, um bom creme hidratante por todo o corpo, quando uma sombra ENORME se interpõe ao sol.
Seria uma pipa?
Um avião?
Não... um... M A R I M B O N D O !!!!!!!!!!!

E lá se foi a elegància, o pudor, a discrição...
Foi um grito só, uma levantada mais rápida que uma bala de revólver, canga, óculos, creme, filtro, copo, garrafa, nada ficou no lugar. Foi um tal de voar toalha prum lado, sutiã pro outro, marimbondo enfezado, disposto a tudo para desbancar a ousada musa das varandas de Vila Isabel.

Bati em retirada, como boa estrategista, sem nunca mais colocar a cara de novo naquela sacada.
O marimbondo deve estar dando risadas até agora, a menos que esteja ocupado demais tentando remendar as asas das toalhadas que recebeu.

Mas, cá pra nós, olhando agora no espelho, até que a aventura valeu, uma vez que a palidez do susto se foi, dando lugar à "gabrielice" que havia trazido da Bahia. Saravá!
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