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Cordel-->A FOME ZERO,,,continua -- 02/04/2004 - 23:14 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A Fome Zero
(por Domingos Oliveira Medeiros)

De volta pro meu aconchego
Voltei aqui pra usina
Depois de um tempo de férias
Na região nordestina
Cansei de não fazer nada
Comi angu com buchada
Com suco de cajuína

Calor de fazer inveja
A quem não tem outra sina
Do que andar de gravata
Trabalho que só termina
Quando o sol já vai embora
Até a próxima aurora
Repete-se a triste rotina

Enquanto eu e família
E mais algum convidado
Procurando o que fazer
Na areia da praia deitado
Vendo o balanço do mar
E o vento na gente a soprar
Em dia de não feriado


De repente o vento trouxe
Numa folha de jornal
As notícias mais recentes
Da capital federal
Coisas que nem me lembrava
E nem mesmo acreditava
Que estivesse como tal

Do assunto abordado
Desde as últimas eleições
Quando ficou prometido
Três famosas refeições
A cada brasileiro carente
Assim disse o presidente
Com pompas e emoções

E o projeto ganhou fama
Andou pelo mundo afora
Discursos e mais discursos
E a fome sem ir embora
Por conta do planejamento
Até chegar o momento
O tão esperado agora

E eis que enfim chega a hora
De executar o programa
Todos de barriga cheia
Ninguém por certo reclama
Especialistas não se entendem
Alguns até se ofendem
E a solução vira drama

As dúvidas são infinitas
Vão surgindo pelos lados
Dar dinheiro ou dar comida
Ou cartão personalizado
Biscoito só se for maizena
Bebida tem que ser amena
Pra atender ao esfomeado

Que nem sequer tem panela
Pra cozinhar o que foi dado
Não se falou em talher
Pro frango ser desfiado
Mais trabalho à dentadura
Com pouco dente na mordedura
Nada vai ser mastigado

E assim o governo descobre
Que o buraco é mais em cima
E cria uma comissão
Pra ver se a coisa rima
Estrutura bem montada
Gente bem especializada
Pra ver se a fome termina

Mas descobre outro problema
De estrutura alongada
O dinheiro anda curto
Pra fome não sobra nada
E a discussão continua
E o povo espera na rua
Ter a fome saciada

E nesse disse-me-disse
Regado a vinho estrangeiro

Fica aguardando o povo
Que deveria ser o primeiro
A comer seu pedaço de pão
A primeira refeição
De um dia por inteiro

Talvez se crie um ministério
Pra segunda refeição
Que será talvez preparada
Pela própria comissão
Se ainda sobrar dinheiro
E tiver um cozinheiro
Pra assumir a questão

E mais uma secretaria
Para assuntos do jantar
Tapioca com manteiga
Pra melhor alimentar
São comidas conhecidas
Melhor e bem digeridas
Pela gente do lugar

Bem que o governo podia
Criar um novo programa
Fome cem e comida zero
Acabando com o drama
Pois com fome e sem comida
Qualquer coisa nem se duvida
A barriga é quem reclama

E nesta história curiosa
O Genoíno, o petista
Foi quem mais se alimentou
Até uma torta levou
Por razões alimentares
De protestos populares
De um esfomeado ativista

Saudações a todos aos meus amigos e amigas. Ainda não voltei pra valer. Mas já estou por estas bandas. E doido para entrar, de vez, e com força, nesta briga pela fome que, no nosso caso, felizmente, é de escrever, e não de comer. Abraços a todos. Domingos.
REPRODUZIDO PARA CONSTATAR QUE, APESAR DOS DISCURSOS, NADA MUDOU DE UM ANO PARA CÁ.



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