ILUSÃO E ESPERANÇA
Queres-me sem eu te querer, contudo,
Eu te desejo, mas fujo de ti,
Se peço que venhas, já fico mudo,
Espero-te, só que bem longe daqui.
Viver sempre e acima de tudo,
Não quero a vida tal como vivi,
Doar-me-ei a alguém, sobretudo,
Para saber que em vão não morri.
Desta vida eu nunca desisti,
Sempre lutei, ainda que desnudo.;
Se lá morro, vivo de novo ali.
Deus não é mais o meu pai carrancudo
E por tudo quanto de belo eu vi,
Nem diante da morte eu já me iludo.
BENEDITO GENEROSO DA COSTA
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