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Contos-->A infinita melancolia -- 20/02/2003 - 16:19 (..................................) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A infinita melancolia

Não sentia mais vontade de respirar, seria tão bom se fosse tão simples assim, em pouco tempo tudo estaria terminado, na realidade era simples, muito simples, mas mesmo assim era difícil, era um covarde!
Iria faze-lo, seria agora, levantara o punhal, somente mais um movimento e tudo estaria acabado, era tão simples, somente um movimento e estaria livre de sua existência mediocre, de sua infinita melancolia.
Abaixara o punhal, a quem ele estava enganando? Sabia que era incapaz, ó maldito instinto selvagem de sobrevivência! ODIO! Seu instinto iria ganhar de sua razão novamente, ODIO!
Odiava a si mesmo! Era um fraco, um covarde! Por que havia de se questionar? Por que não aceitava as ilusões? Viveria melhor, teria sua vida mediocre, sua felicidade ilusoria, seu objetivo mesquinho...
Uma vez tinha lido: "Será que temos que optar entre fingir ser algo ou nada ser?".
Ele escolheu nada ser... Não poderia fingir ser algo, sempre fora assim, sempre questionara tudo, mas por quê? POR QUÊ?
Levantara o punhal, era tão simples! Um movimento e nada mais questionaria, nunca mais!
Era incapaz...
Juntou todas suas forças, e colocou-se em pé. Olhou em volta, era seu quarto, o ar era pesado e melancolico, mas era seu quarto ainda, será? Será que aquilo era seu? Sabia que não, nada tinha, nada era...
Focalizou seu olhar em seu reflexo no espelho, ele era aquilo? Também sabia que não, aquilo era só uma de suas mascaras, ele nada era...
Mas era aquela mascara que os outros viam, ai! Nada sabiam sobre quem ele era, nunca entenderiam ele. Sempre desprezariam ou sentiriam pena dele.
E ele os odiava, odiava a todos, a tudo! Precisava de ajuda? Sim, e de muita ajuda, mas somente deus poderia salva-lo, mas deus estava morto, ele o matara.
Levantara o punhal, agora era sua vez, tudo iria terminar! ODIO! Sabia que não era sua hora, sua hora não existia! Estava condenado a viver, a sofrer, e assim seria, abaixara o punhal.
Avistou uma fotografia, da época em que ele ainda sorria, da época em que ele era feliz.
Encheu-se de nostalgia, queria aqueles momentos de volta, queria ser feliz! Mas não se iludia, sabia que não voltaria a sorrir, só a chorar, só lamentar, só odiar.
Era só isso que fazia agora, era um poço de odio, e nesse odio iria afogar-se, e assim morrer, a proposito, não vivia mais, morria um pouco a cada instante.
Estava pessimo, nunca esteve assim, era o pior momento de sua vida, mas não se iludia, sabia que não havia chegado no fundo, sabia que o fundo não existia, iria imergir cada vez mais no seu odio, até afogar-se.
Mas o pior de tudo era saber que em pouco tempo estaria pior, ainda pior. A menos que ele terminasse com tudo agora...
Não queria mais respirar... Cada vez que aspirava sentia toda a dor da existência, e cada vez que espirava sentia a banalidade da mesma.
Levantara o punhal.
Então, de súbito, o punhal caira no chão, mas nenhuma gota de sangue o acompanhara, somente um grito, um horrível grito de dor, um grito que retratava todo o fracasso de uma existência, um grito de uma infinita melancolia.
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