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Contos-->*O oráculo de Vertígeno! (Completo) -- 20/02/2003 - 10:34 (Manoel de Oliveira Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
1.

Nos carmas que colhemos, nas vidas que ceifamos, no domínio da localização interior, reajo à morte do dragão alado, envenenado com o sulco do pecado sóbrio, os lírios e Oliveiras já se fazem presente, que decência a existência da lembrança tua, que martírio predomínio da existência minha, que sublime oposição para aquisição de mais poder, foi difício digerir meu grande pupilo, mas assim prossigo em estado de júbilo, contemplando o refúgio dos desesperados, numa redoma de vidro é que guardo o agradecimento hostil de minha idoneidade viril e notória, para a redenção dos que me esperam para copular com vossa espécie na escuridão de sua dor, seja ela qual raça for, adoecendo em seu casulo para embelezar-me na relva de seu campo nato, eu, o obscuro abstrato, o crepúsculo anímico retratado em relevo, os vejo, como meu podre mais desejado, mais intenso, meu furor mais obstinado e impregnado na exatidão poética revelada ao eu, ao eu dor, o eu sofrimento, o eu tormento, o eu odor, o eu colisão, o eu ética, o eu que espera nas trevas imuni de comiseração, o eu vivo dentro de seu coração, pois na razão da maldade imaginavelmente escondida, os respingos das vítimas meus bichinhos os devoram e se emporcalham nas entranhas do então, se enrijeçam assim como se fortificam; e assim cultivo minha alimentação futura, preparada pelo manuscrito de minha astúcia proporcional; e que cresçam como tal, peçonhentos como o Gugi que procriei por estima, para que um dia eu possa esbagaça-lo com uma de minhas três mãos, senti a frieza de seu guizo azul estourar-me as veias da sucção, lamber um pouco por complacência pra sentir sua reação, o lançar aos Gundeditir e me convidar a ouvir o estalar dos corações, distribuídos visivelmente sob seu corpo esguio em proporções peculiares, um presente, para que possa beijar-me com a indecência que preciso e pedi que a costure e a apure para a infusão dentro de mim. Processo descomunal do que alguns chamam de morte, fim, o último mal irremediável da efemeridade do tempo carnal, o incrédulo sal da terra virando o açúcar do meu mundo. Se não possuem a bondade de um gentil para entrar no céu, eu os arranco do mundo dos mortos, e os levo a um mundo próprio dentro de tudo o mais desprezível em seus corações, lhes tiro tudo que não desejo por espírito, suas ações são suas escoriações, guardadas para o não fim, cicatrizado para o sempre, na vertente imaginação, para que possam tatuar de onde estão, nos seus membros, a onomatopéia bizarra dos que voam e vagam no inferno das dores cecressívas, infinitas dentro de tudo em ti, o você. Já os que eu posso molestar, não há o que se discutir, os abuso como um intruso e elimino sua capacidade de falar para que não possam gritar, assim duplico a dor para senti-los gemer, um parasita a roer suas dormências, um processo singelo e doloso, existe todo um espelho a se seguir, um esquema a se concretizar, para poder se constituir um teorema.

2.

O início é pelos pés, não é só o sustento de uma nomenclatura, é a idoneidade de uma estrutura limitável, um poder crítico não estável de uma criatura nada tola e que por instinto se doa àqueles que não a temem, dilaceradas com as unhas presas nas costas, dobram um pouco as veias-hortas para alcançar as escamas localizadas sobre o semicírculo das artérias do joelho-pé. Não há como descrever, quando todas as criaturas desse mundo ácido se calam procurando ouvir o que só eu me limito a ver, em respeito ao que se consegui entender, se arranham e se martirizam com o que se pode sentir, com o grito da dor das unhas infincádas sobre o local onde ficava aquilo que já não existe mais em ti, os joelho-pés, que se debatem e se lambuzam dentre tanta porcaria verde, expelidos por aqueles que se desfez de mais de dois de seus corações, que hão de bater, estourar e espumar por um longo tempo. Enquanto aquele que já não mais anda, gira e rola em cima das unhas que entram cada vez mais em tua carne, prossegui bufando e mudando de Áries.
Mais chega de falar em pés!

3.

Os gemidos são escárnio do breu que é um brinquedo no frio que mantem acordado todos os nossos sentidos, como as corujas que se levantam a noite para ver os espíritos passar, misturados no reflexo de um portal tentando espairecer, a procura de luzes deixadas por alguém que aos poucos vai morrer, cegos correndo pros meus braços frios em busca de abrigo e descansar, a debruçar no parapeito da morte sem imagens para respirar, num desprezo mórbido e tórrido que se desencadeia em algum lugar podre. Inúmeros são as insígnias que se resumem a caminhar sob a névoa onde respinga a sublimidade dos andarilhos refeitos, como uma nomenclatura cinza repleta de fumaça, espalhando o ar que não se respira por onde passa, deixando também o pó de suas cascas para purificar a autofagia do lugar, flutuando lentamente procurando encontrar os corpos misteriosos dos que tentam exorcizar a mais alta ordem dos insetos de vertigeno, que entram no inferno dos que apodrecem eternamente, ejaculando suas sementes, sugando a podridão, curando as enfermidades, fazendo nascer novamente a arvore da vitalidade, trazendo outra vez pra mim o começo da maldade, o início de mais um fim, um desejo de desgraça que se faz surgir desencadeada por aquilo que ainda ri, que aos poucos vai chorando em meio as facadas sucumbidas no flashback de um passado não próximo, na luz que de trevas vive se ouvem as gargalhadas, em cadeia ou em movimento, cuspe, veneno, incertezas envolvidas num dado momento, o ódio, a dor, o guizo, a frieza, tudo infincado bem no meio de uma vesga e estranha mesa, elevada numa certeza mergulhada no tempo demiurgo do eclipse das raças que de mim se apaga a cada ungüento a vomitar.

4.
Nos princípios que a morte traz, nas correntes que se arrastam dos descalços a dançar, o tempo do hoje se inicia depois de um longo descansar. Luzes se fazem ver no cenário do penhasco da morte que sozinha uiva, escondida a destruir com as unhas os que ainda a rodeia; dentre tantas almas, cada corpo um vegetal, cada resíduo um mentor, a cada gemido um normal, a cada náusea uma pausa, a cada pauta a historia de uma vida que já não existe mais, foi no auge do grito que jamais cessa que parei de olhar pra traz, me atirei as trevas para um novo começar, no vale obliquo a queda é elementar, me contento a admirar aquela massa, aquela guerra, aqueles corpos que se entrelaçam para tentar morder uma perna, que dos mesmos desenterra a carcaça de mais um dos seus, que foi superficialmente enterrado depois que morreu, que agora é castigado por tantas bocas, que rasgam até os ossos a carne podre dessa coisa oca, ao me arrebentar no chão, não vejo mais nada, só sinto a dor dos espinhos misteriosos transpassando minha áurea.


5.
Depois que o tempo ousou fluir, o oráculo de vertígeno se faz surgir mediante meu despertar, diante de mim, sobre mim, a espera do meu regenerar aquelas coisas pararam de se destruir, centenas de genuflexos roendo suas feridas, o frio e o silêncio sombrio da peripécia ocorrida, com a ajuda do pensamento me ergo com veemência, ao ser possuído pelas dormências dessa orbe sublime, sinto o peso da displicência casual que invade meu normal pra fazer a diferença que agora está aqui dentro, bem no centro, me deformo de dor, alimentando nesse tumor a imponência desconhecida, sugando todas as enfermidades do pus que só sangra na face desses tolos, começa a nascer de novo um oráculo de verdade, para levar a perdição a qualquer parte, satisfazendo sua vaidade sem que exista piedade é que ele corre sorrateiramente na obsessão desses corcundas, arrancando suas cabeças num ataque calculado, pegando os pedaços no ar, dos que se vai deixando pra traz, comendo e cuspindo nesse, comendo e cuspindo aquele, esmagando a cabeça daqueles que não voltaram a fazer mais parte desse mundo de inumanos, que agora já se alimentam dos restos mutilados, enquanto ele segui correndo e abrindo caminho, sozinho, entorpecido, envenenado, puxado por um instinto que deseja encontrá-lo.


5.
Sintam os instintos alucinógenos da bela e amada mente, tão bem vinda no teu olhar, na miragem que brilha a nudez de toda criatura que para pra observar minha tão sonhada falha, faceta mágica é fácil, prestem atenção e permaneçam na escuridão do elementar, reparo pedaços de um real tropeço, num espelho quebrado aos pedaços eu me vejo, de joelhos, diversos estágios, futuro, presente, passado, na overdose da verdade que os roteiros omitem na lupa de um foco, num novo rótulo, a nova criação de uma dinastia que se encerra, que se enterra, quando o ápice cai sobre sua existência, te puno a desobediência, com os pingos de ódio que em sangue se vai deixando, vou te carregando comigo onde quer que eu vá, te arrancando desse lugar de paz, você nunca será mais, minha doce criatura, você nunca terá mais, um mundo a sua altura mediante a dimensão do teu ser, que só eu posso deter, que pra minha mente doente a única solução é arrancar-me o coração, para que aos poucos eu possa morrer e te prender, ser teu eterno túmulo, teu eterno mundo, sua eterna prisão, pra que você não exerça sobre mim, de dentro de mim, tudo que eu imaginei que minha mente permitiria, tudo que minha boca falava que eu não dizia, tudo que eu ouvia mas não escutava, tudo que eu enxergava mas não via que vinha de mim, e assim, no começo do fim encerrasse o início, no fim do começo o início se propaga num fascinante mundo imaginavelmente podre que talvez já tenha deixado de existir. Talvez?


“Enquanto o mundo gira nas víceras dessa pantomima, o efeito dominó faz sentido dando ênfaze a desobediência das palavras que se pluralizam na simplicidade retratada nas sujeiras da alma.”



Criado por: manohp@msn.com
Baseado no roteiro teatral “Céu de Devaneios”.

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