Então, aconteceu
A explosão de emoções,
O revirar dos objetos,
O mergulho no eu.
As tendências se confundiram,
Os males vazaram,
O rubor expandiu para fora da fisionomia,
Os soluços se adelgaçaram,
Os silvos atingiram os tímpanos e feriram a vontade.
Desequilíbrio, insanidade, brioches e pães-de-ló,
Água na boca, salivação, raiva, deboche íntimo,
Delírio.
O rancor se voltou contra o si-mesmo das iras pessoais,
O remorso não se caracterizou,
O arrependimento não se formulou,
Mas a mente tendeu ao suicídio:
Matar-se-ia se tivesse vida perecível.
A existência era flagrante,
O bem e o mal se fundiram numa só expectativa,
E a escuridão engolfou o pobrezito que se condoía de si.
Mas Deus é pai de misericórdia e Jesus nasceu para ensinar a perdoar.
E tudo caminhou para o final feliz,
Na iminência do socorro dos protetores dos que se perdem nas trevas.
No fundo do visual, o branco das paredes.;
A movimentarem-se, sombras estranhamente claras.;
Palavras a semear sentidos distorcidos, sem repercussão.;
O despertar adiado sem ânsias da consciência.;
A entrega ao desespero pela volta da imersão memorial dos fatos.;
O fenômeno postergado para as cavernas dos tempos primevos.;
A sofreguidão do perfeito inviabilizada definitivamente.
Foi o tempo a passar insuspeito,
Foi a luz a fazer contrição
Foi a voz que apagou a canção
Foi o dia em que o bem foi refeito.
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