Usina de Letras
Usina de Letras
153 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62072 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50478)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Humor-->Porcaria, não!... -- 10/11/2002 - 22:07 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nana, Nina, Não!
(Domingos Oliveira Medeiros)


Nana, Nina, Não! Porcaria Não! Não quero outro caneco. Não vou viver de ilusão. Não sou mais torcedor brasileiro. Já fui, faz tempo, o primeiro. Já sou pentacampeão. Cansei de torcer pelo time. Cansei de ver a seleção. Cada jogo um improviso. Uma desculpa esfarrapada. Cada entrevista um paraíso. No final não dava em nada. A gente se preparava. E não se via a jogada. Aquela tão esperada. Uma dor no coração. A cantoria do hino. E lá estava eu de novo. Assistindo a seleção.

Admirando as cores. O verde o amarelo e o azul. Do Norte ao Leste e Oeste. Do Centro-Oeste ao Sul. Do Leste até o Nordeste. Brilhava o Cruzeiro do Sul. O tremular das bandeiras. Minhas pernas fraquejando. Na sala, quase chorando. Eu assistia sentado. O tempo ia passando. E a bola sequer seguia. O rumo por mim traçado. Na rede por fora batia. Por cima do travessão. No cantinho quase entrava. Deixava o goleiro na mão. Mas a ansiedade aumentava. E o tempo logo passava. Mostrava a televisão. E o primeiro tempo acabava. No zero a zero sem graça.

E o repórter por pirraça. De pronto anunciava. Passar os melhores momentos. Mas como se não existiram? Se só tivemos tormentos? E assim depois de um gole. De água ou de cerveja. O jogo recomeçava. E tudo de novo voltava. A fraqueza de minhas pernas. Meu coração que pulsava. A cada lance perdido. Um palavrão eu soltava. Era um gole de bebida. Era mais um que tomava. E assim à cada jogo eu sonhava. Sofrendo, torcendo e gritando. Até o apito final.

No campo o verde das matas. O orgulho nacional. Na tela se via pintada. A aquarela do Brasil. Tinturas de lindas cores. O Brasil de mil amores. De tantos moleques travessos. Brincando com a bola rolando. Virando-a pelo avesso. Às vezes com algum tropeço. Mas é assim mesmo, eu mereço. Pois a gente sempre acredita. Na fama da seleção. Desde os tempos de Pelé. De Garrincha e Tostão. Ou até mesmo de Barbosa. O goleiro de cinqüenta. Que iniciou a trajetória. Deste eterno sofrimento. Quando o Uruguai deu a partida. Com a festa acabou. Em pleno Maracanã. A seleção foi vencida. E o Uruguai foi campeão. Para tristeza da Nação.

Depois o tempo foi passando. Do futebol colorido. De amor a nossa camisa. Do futebol que era arte. Passamos ao capitalismo. O futebol realismo. O realismo fatal. Que na França todos se lembram. Todo mundo passou mal. A luta prá fazer gol. Os grandes craques aparecem. E alguns ainda se prestam. Às grandes negociações. Por isso não vale à pena. Assistir uma partida. Que já se dá por perdida. Num jogo sem lealdade. Num jogo de mentirinha. Num jogo que falta a verdade.

A culpa é da cartolagem. Que só pensa em dinheiro. Ficar rico bem ligeiro. E assim o futebol foi perdendo. A graça de antigamente. A beleza de um drible. Um gol de placa um poema. E a Copa do Mundo que era. A grande concentração. A festa da paz e da união. Tornou-se comprometida. Abriu-se uma grande ferida. E o povo que ainda vibrou. Com tanta garra e emoção. De ver o Brasil chegar lá. E ser pentacampeão. Não terá tanta alegria. Na Copa que será jogada. Na terra do Alemão. Pois de quatro em quatro anos. Cai o nível dos jogadores. E também da competição. Com juízes enganadores. Quando não é cego é ladrão.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui