Usina de Letras
Usina de Letras
231 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62173 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50576)

Humor (20028)

Infantil (5424)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Nietzsche, Dostoiévski e a compaixão pelos animais -- 09/01/2016 - 10:34 (Georgina Albuquerque) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



 













Duas fortes passagens, ambas relacionadas à compaixão, levam-nos a Dostoiévski e Nietzsche. É sabido que o filósofo alemão muito admirava o grande russo. Pois bem... No livro "Crime e Castigo", do Dostoiévski, o personagem principal sonha que, acompanhado pelo pai, assiste a uma tremenda covardia contra uma pobre égua. Homens bêbados passam a golpeá-la e chicoteá-la incessantemente, inclusive nos olhos. O dono é o mais perverso e alega que, por lhe pertencer, poderia dispor do seu corpo. E autoriza a rapaziada: " Nos focinhos, nos olhos, dêem nos olhos!". E de tanto apanhar, a égua "estende o focinho, respira c/ dificuldade e morre".






O personagem, então menino, não compreende a passividade do pai (teríamos leituras outras por aí, mas o contexto é a compaixão). Então, "abre caminho por entre as pessoas e se aproxima da égua, pega-lhe no focinho morto, ensangüentado, e beija-a nos olhos e nos lábios". E "arrebatado de furor, lança-se com os pequenos punhos contra" o dono do animal.






Agora, voltemos ao Nietzsche, admirador confesso do Dostoiévski. O fato a ser mencionado não se restringe à esfera literária, mas realmente ocorreu em Turim. Vemos que guarda semelhança c/ o sentimento acima narrado. Aqui vai: o filósofo avistou um cavalo sendo violentamente espancado pelo cocheiro. Revoltou-se e, aos berros, correu em direção ao animal. Abraçou-lhe então o pescoço, chorando copiosamente. Muito desesperado, dizia-lhe algo. Talvez pedisse perdão pela humanidade, que tanto o decepcionava.






Curiosamente, isso ocorreu no mesmo ano em que a loucura de Nietzsche foi diagnosticada. Alguns dizem que em ápice da sífilis. Evidentemente, a dispersão na época era bem menor do que dos nossos tempos. Imagino como deve ter se entregue às obras de Dostoiévski, sorvendo cada uma de suas palavras, imagens e significados. Inteligências raras. E entre as suas convergências, sem dúvida estava a compaixão.
















 
















 


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui