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Cordel-->A Linguagem e a Língua -- 13/03/2004 - 12:18 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A Linguagem e a Língua
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

A língua muscular
O órgão alongado
Que fica bem situado
A língua pra degustar
E para deglutinar
A língua que se fala
A língua que se cala
Com ela se escreve
Com ela ninguém se atreve
Chupar somente uma bala

Se a língua for servida
Seja cozida ou assada
Na mesa bem forrada
A língua vira comida
Quando é a preferida
Com ela também se come
Quem por ela tem fome
E isso é um direito
E tudo bem ao seu jeito
A língua também consome

A língua que é falada
A língua que é escrita
A língua que é prescrita
A língua que é molhada
A língua que é colada
No selo daquela carta
A língua de quem se farta
Lá vai levando a mensagem
Por toda aquela passagem
A língua que se descarta

A língua também rejeita
Se for no jogo de baralho
E na boca do assoalho
Da boca mais que perfeita
A língua também se ajeita
Do jogo ninguém reclama
Em nome de toda a fama
Que tem o bom jogador
E porque não o perdedor?
A língua aqui se inflama

Linguagem é expressão
Cultura de um povo
O velho e o novo
O verbo e a razão
Palavra e palavrão
A língua articular
O modo de se falar
A língua do que é dito
E pra guardar eu repito
Para se comunicar

Tem a língua oficial
A linguagem afetiva
A parte conotativa
A linguagem natural
Tem a língua sexual
A linguagem que educa
A língua que machuca
A língua que agradece
Até a quem não merece
E a linguagem maluca

A linguagem estruturada
Linguagem e programação
A língua da computação
A língua decodificada
A linguagem mais usada
Neste universo imenso
A linguagem de consenso
A linguagem dominante
A linguagem autofalante
A linguagem do bom senso

A linguagem silenciosa
A linguagem do momento
A língua sem o fermento
E sem o cheiro da rosa
A língua de verso e prosa
Linguagem do anonimato
A língua que é de fato
Mais escrita que falada
E que é toda abreviada
A língua que um barato

Língua pra todo lado
Pra quem tem opinião
E quer dar a sugestão
E deixar o seu recado
Do jeito que foi pensado
A língua do bem falante
A língua do vacilante
A língua do tamanduá
A língua que chega lá
A língua do elefante

A língua de gerações
O pai e o filho falando
E tudo vai encaixando
São muitas opiniões
São muitas as confusões
Mas no final tudo em paz
A briga fica pra trás
A comunicação é perfeita
A conciliação é refeita
E a harmonia se faz

E para falar de linguagem
De língua em profusão
Na era da comunicação
Miséria pouca é bobagem
Eu acho até sacanagem
Alguém querer proibir
Vocês haverão de convir
Língua e linguagem unida
É língua muito consumida
Nunca se vai confundir

É tudo uma coisa só
Conversa pra boi dormir
A língua não vai influir
É uma questão menor
É caso de preconceito
Até falta de respeito
Querer impor o conceito
Com quem deseja falar
No jeito de se expressar
É uma questão de direito

A língua não é diferente
Da linguagem que se fala
Seja no quarto ou na sala
Seja em volta da gente
Estando triste ou contente
O importante é entender
O que se pretende dizer
Esta é a questão principal
A fala é bem natural
Basta só compreender

A língua falada e sentida
Língua de fogo, estrangeira
A nacional, a primeira
Língua solta, língua ferida
Língua ferina, arrependida
Língua morta, o puro Latim
Declinativa, e língua afim
Como é o húngaro e o alemão
Que tem a sua declinação
Línguas e línguas, enfim

Pra falar e pra maldizer
Língua da sogra a favorita
Língua romântica, infinita
A língua que faz sofrer
A linguagem do padecer
Língua da boca pra fora
Língua que não demora
Que denuncia e afronta
Língua que amedronta
E que depois vai embora

Língua seca e molhada
Do papagaio e da chuva
Língua do vinho e da uva
Língua muito abençoada
A língua da pátria amada
Língua secreta, escondida
Linguagem pouco entendida
Língua do linguarudo
A língua que fala de tudo
A língua mais enxerida

A língua do fuxiqueiro
Que fala com desrespeito
Dobre essa língua, sujeito!
Volte para o chiqueiro
Acerte o passo primeiro
Revogue seu pensamento
E faça o juramento
De não falar só mentira
Pra não despertar nossa ira
É esse o aconselhamento

Por fim, a língua do movimento
Linguagem e expressão corporal
A língua através de sinal
A língua do encantamento
A língua do b elo momento
A língua da bailarina
A língua de quem tem a sina
A sina do surdo e mudo
No silêncio ele diz tudo
O que se diz não se finda

Mas a língua desaparece
No mundo em transmutação
No universo em expansão
Da língua também se esquece
Desse mal ela padece
Quando o Latim faleceu
Com ele também morreu
Grande número de afilhadas
Línguas que foram faladas
E nem conta ainda se deu

Línguas são abandonadas
Como acontece ao cidadão
Seja ateu ou cristão
Línguas são dominadas
Pelas línguas mais faladas
Aqui no Brasil dá-se conta
Chega a ser uma afronta
No Brasil desapareceu
E quase ninguém percebeu
Mais de mil línguas se aponta

Línguas que os índios usavam
Para emitir seus conceitos
Seus deveres e direitos
Do modo que se expressavam
Do jeito como pensavam
Morreu a língua ancestral
E com ele veio o mal
Da língua que é dominante
Matou e deu-se o flagrante
Perdeu-se a visão natural

































































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