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cronicas-->Saudade Obstinada -- 08/07/2000 - 18:42 (Fernanda Guimarães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Saudade Obstinada


Insisto ainda em sentir, o perfume que deixaste entre os beijos que silenciavam as noites, quando te davas ao meu coração. Em cada luar, o vulto das lembranças, acorda desejos , enfeitiçando meus olhos , arrefecendo minhas juras de esquecimento.
A saudade desobediente, guarda os sonhos, as vontades contidas em taças de vinho, propositadamente cheias, como que para embriagar meu coração...ébria de ti e dos versos que esculpiste em meus lábios, eis tudo que me deixaste.
Quando estávamos juntos, o tempo parecia ter pressa...horas que espreitavam nossas carícias, segundos que nos olhavam surpreendidos, pelas afinidades que bordávamos no universo de tantas descobertas. Mãos entrelaçadas, ouvíamos os sons secretos do coração em uníssonos, celebrando o que sentíamos eterno. Brindávamos a oportunidade de sonharmos juntos, grafitando nossas vidas nos muros da esperança...não havia ànsia de buscas, porque a felicidade espraiava-se sem nenhum pudor, quando tuas mãos compunham odes nas pétalas do meu corpo. Vidas pulsantes, dividindo a mesma veia...como onda, beijavas minha praia, renovando nosso êxtase em cada maré, sob a aquiescência da lua e do sol. Teu porto, sempre seguro, açambarcava minha nau inebriada pelos teus carinhos de poente. Entregava-te aos meus balanços em maresias olorosas de prazer...bebias dos mananciais das minhas mãos que te marcavam à fogo em cada toque.
Navegava em teus sorrisos ingênuos e sedutores...era presa fácil dos teus braços que pareciam descobrir os mistérios dos meus abraços e adorava que fosse assim. Deitados sob a relva orvalhada dos nossos corpos, adormecíamos ninando bênçãos aos deuses, que haviam desenhado com a paleta do amor o entrelace dos nossos corações.
Encontrar-te, quando minha alma já era um Saara fatigado, fez-me acreditar novamente nas primaveras de um coração em arco-íris. Os meus antes sem graça, perderam-se nas cortinas de areia dos desertos dos meus olhos.
Renovaste os acordes dos meus sorrisos e meus lábios cantarolavam os teus beijos em qualquer tom. Marcava-te com meus ritmos, que ora te enlevavam em bolero, ora te faziam suspirar em tons de blues. Surpreendia-me sempre com tuas partituras propositadamente em branco, para que meus beijos desenhassem virgens notas musicais em tua pele.
Um dia, acordei com tua despedida em chuva de verão...não emitiste sinais e nenhum vendaval anunciou que irias. Era apenas uma segunda-feira, dessas tantas marcadas no calendário do tempo...aquele mesmo tempo voraz que apressava o relógio, quando sentia teu coração bater junto ao meu. Meus braços, agora silentes procuram os teus abraços, entre os lençóis que guardam ainda o calor do teu corpo. No meu coração, ruínas, que obstinadamente espalham saudades em prosas e poesias.


© Nandinha Guimarães
Em 08.07.00

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