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Poesias-->Perguntas Que Não Calam -- 01/06/2003 - 13:36 (Fernanda Guimarães) |
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Perguntas Que Não Calam
As mãos engasgam palavras
No olhar, a lágrima suspensa
Soluça uma dor silenciosa
Há uma tristeza que salta
Para o abismo de dentro de mim
Em que momento fechei os olhos
E deserdei-me de mim mesma?
Por que me disto sorrateira
Do porto que sou eu própria
Negando-me a atracar
No azul plácido do meu peito?
Que notas regem
Esta sinfonia que me toca
Quando é o teu nome, a pauta
E acalanto para minha alma?
Por que te desafino do meu tom
Se sei do que canta minha voz
Se a melodia é sempre a mesma:
Amo-te...?
Volteiam-me as palavras
Esparsas e reticentes
Não há vocábulo que aconchegue
O olhar vago, a falta cotidiana,
O amor desmedido, os lábios exilados
E a pergunta que não cala
No silêncio do meu grito:
Aonde estás que não aqui?
© Fernanda Guimarães
24.05/01.06.2003
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