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Cordel-->Farinha do mesmo saco -- 08/03/2004 - 18:08 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


FARINHA DO MESMO SACO
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

Maria Julita Nunes
Neste dia consagrado
À mulher, no mundo inteiro
Aceite o meu obrigado
Pelos versos que chegaram
E que muito me agradaram
Estou mui lisonjeado

És antiga e eu também
Da mesma geometria
Teorema de Pitágoras
Na reta da poesia
Sou quadrado ao quadrado
Um cubo avolumado
No caderno da magia

Na cartilha da infância
Quando ainda soletrava
Juntando letra com letra
A palavra encontrava
Pra dizer à minha amada
Bem ao meu lado sentada
O quanto eu a amava

Aula de matemática
Decorando a tabuada
Até hoje me ajuda
Pela minha caminhada
Se tenho mais, eu divido
E sou muito agradecido
Pela lição que foi dada

Não tiro, nem diminuo
A caridade me move
Sou feliz neste sistema
Tiro a prova dos nove
Sigo a reta do destino
Não cometo desatino
A poesia me envolve

Tenho meu computador
Ele é frio, mas é ligeiro
E não sou navegador
Nem tão pouco marinheiro
Sou fiel à minha escrita
Mas lhe peço, não desista
Dê uma chance, por favor

É claro, não se compara
Usar nossa própria mão
Pra escrever no papel
As coisas do coração
Com a nossa caligrafia
Muito mais coisa cabia
No envelope da emoção

Da máquina de escrever
Confesso, tenho saudade
Mas os tempos impuseram
A tal da modernidade
Não temos tempo a perder
Nem mesmo pra envelhecer
Essa é a grande verdade

O seu talento merece
Por mil ser multiplicado
A gente alcança o Brasil
E não fica nem cansado
Nem é preciso navegar
É fácil, você vai gostar
É só mudar de teclado

Assim, você fique certa
Acredite no seu “taco”
E saia desta sinuca
Bote a bola no “bisaco” (*)
Somos iguais, por inteiro
Seu eterno companheiro
Farinha do mesmo saco

(*) bisaco = saco.






Brasília, 07 de março de 2004

Caro Dantas,

Estou encaminhando estes versos, que fiz para a Maria Julita, para seu conhecimento. E para que eles cheguem mais rápido ao conhecimento de todos. O cartucho acabou. Estou, no momento, sem condições de impressão. Depois, por uma questão de consideração, estarei remetendo o cordel, pelo correio real, a fim de agradecer, com a letra de próprio punho, à nossa querida Julita. Abraços. Domingos. Pergunte se ela autoriza a publicação desse cordel na Usina de Letras. Com a reprodução, inclusive, de algumas trovas.

Brasília, 08 de março de 2004.

Após autorizado, segue o prometido:

Maria Julita Nunes, para quem não sabe, é paraibana de primeira. Faz versos como ninguém. Tem o sangue poético do Dantas, correndo em suas veias. Escreveu-me carta dizendo que “Não tem tempo para envelhecer”. E que não mexe com computador; prefere a sua antiga companheira, que não tem nome nem marca, ou seja, sem pai e sem mãe, sua máquina de escrever, que adotou com o nome de “Jurássica”.Eis algumas rimas do talento de que se fala:
MOTE –

“Sou antiga, sou quadrada,
Sou do tempo do vovô:
Não navego na internet,
Não possuo computador.”

Sou do tempo do pirão
Da buchada, sarapatel
E cachaça pura com mel,
Baião-de-dois ou “rubacão”
E uma boa maxixada,
Sobremesa de embuzada;
Sou vetusta, sou cafona,
Sou carrapateira, mamona;
SOU ANTIGA, SOU QUADRADA

Sou do tempo da tabuada,
Boa letra, caligrafia,
Aritmética, geometria,
Com lição decorada
E a conta bem somada,
Pra ganhar do professor
Nota DEZ, mais o louvor;
Se usava o manuscrito,
Máquina? Oh! Troço esquisito
SOU DO TEMPO DO VOVÔ

Tentei me modernizar,
Pra informática aprender,
É difícil entender
Como o “mouse” manusear
Gira pra lá, gira pra cá;
Tem ainda o disquete
Pondo a gente maluquete;
Quem navega é navio
Dessa história eu desconfio
NÃO NAVEGO NA INTERNET

Sou feliz com meu sistema,
Escrevendo na “jurássica”
Seguindo a linha clássica,
Vou fazendo meu poema,
Sem usar estratagema;
Não temo VÍRUS apagador
Dos meus versos, não senhor;
Com ninguém me comunico,
NÃO POSSUO COMPUTADOR!”

..........................................

“ Especialmente para você, DOMINGOS:

LEANDRO, grande poeta,
É filho lá de Pombal,
DOMINGOS desengaveta
Saudades do “chão natal”;

A farinha, a rapadura,
Somente agora provou,
Do “bisaco” a mistura,
Que nosso DANTAS levou!”

.......................................

“Outra trova da minha lavra:

Se eu pudesse não teria
Na Velhice mergulhado
Juro que não queria
Ver meu rosto enrugado.”

......................................
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