COLAR DE TROVAS
Filemon F. Martins
O que é um Colar de Trovas ? Trata-se de um conjunto de 13 trovas, obedecendo algumas regras básicas. Mais que isso, é o congraçamento de poetas que não se conhecem, mas que se unem ao escrever um colar de trovas. São trovas interligadas pelo último verso. Paulina Martha Frank, na 2ª Coletânea dos Colares, nos dá as regras para a formação dum colar, entre outras: 1ª) Todo colar deve ser formado de 13 contas (trovas). 2ª) Cada trova deve ter sentido perfeito, podendo ser destacada do colar, e, quando publicada, o 1º verso deverá estar entre aspas, e o fecho, em maiúsculas, identificando-se assim pertencer a um colar. 3ª) No colar perfeito, o mesmo trovador só poderá figurar uma vez. 4ª) A última trova (13ª), além de começar com o último verso da precedente, deve, como fecho, terminar com o 1º verso da primeira trova. 5ª) O colar pode, depois de pronto, ser aberto em qualquer trova. 6ª) O último verso de cada trova deve sempre dar um bom começo para a trova seguinte, evitando-se os começos com pronomes neutros, conjunções, etc.
7ª) No colar o assunto é livre, não sendo necessário fixar-se num tema só, a não ser em casos especiais, como homenagens, excursões, festas, durante os quais se concretiza um colar. 8ª) Para a estética aprimorada, convém evitar as rimas da trova anterior, exceto a do 4º verso. 9ª) Por fim, o penúltimo participante (12º) deve levar em conta a rima que não pode ser igual ao fecho para não ocasionar dificuldades ao último trovador que arca com o ponto mais difícil que é fechar um colar.
Melhor transcrever um exemplo da 2ª Coletânea dos Colares, organização de Paulina Martha Frank, de Campinas – SP, o COLAR ADÂMICO ( só trovadores ):
ESTENDENDO AS NOSSAS MÃOS,
mesmo aos nossos inimigos,
será o mundo de irmãos,
sem guerra e outros perigos.
José Miranda Jordão
Rio de Janeiro - RJ
“Sem guerra e outros perigos”
seria o mundo uma flor,
sem maldades, sem castigos,
só de amor, de muito amor.
Kideniro F. Teixeira
Fortaleza - CE
“Só de amor, de muito amor”
e de sonho mais profundo,
se eu pudesse, sonhador,
viveria nesse mundo!
Daniel de Carvalho
Nova Friburgo - RJ
“Viveria nesse mundo”
sempre com muita alegria,
se o amor fraterno e profundo
existisse todo dia.
Inocêncio Candelária
Mogi das Cruzes - SP
“Existisse todo dia”
vontade firme pro bem,
na certa, o Cristão daria
exemplos de fé... no além.
Mário R. Barreto
Ipiaú - BA
“Exemplos de fé... no além”
e a harmonia como meta,
seria a vida também
mais fácil, menos inquieta.
João E. Nascimento
Mogi das Cruzes - SP
“Mais fácil, menos inquieta,”
é a esperança de um porvir
que só a alma do poeta
é capaz de traduzir.
Armando de Toledo
Santos – SP
“É capaz de traduzir”
a grandeza do Universo,
quem consegue transmitir
belas mensagens no verso.
Jerry Filho
São Paulo - SP
“Belas mensagens no verso”
são elas bem transmitidas,
quem não olha o lado inverso
das coisas belas da vida!
Rodolfo C. Cavalcante
Salvador - BA
“Das coisas belas da vida”
que colhi, em profusão,
eis a mais nobre e querida:
Em cada verso – um irmão.
Filemon F. Martins
São Paulo - SP
“Em cada verso – um irmão”
há de encontrar, em verdade,
quem cultivar a Razão
na lavoura da Humildade.
Paulo Monteiro
Passo Fundo - RS
“Na lavoura da humildade”
quem planta boa semente
desfruta felicidade,
recolhe amigos somente.
Álvaro Faria
Rio de Janeiro - RJ
“Recolhe amigos somente”
quem ajuda seus irmãos.;
o amor é sempre crescente,
ESTENDENDO AS NOSSAS MÃOS.
Mário Ribeiro Martins
Palmas - TO
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