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Artigos-->Aumento do momento -- 08/04/2002 - 06:47 (Haroldo Pereira Barboza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Aumento do momento



Profissionais da área de educação lutam por um justo plano de carreira que lhes permitam obter remuneração adequada pelo valoroso trabalho que realizam nas escolas. O mesmo acontece com o pessoal da saúde e de outros setores federais (estaduais e municipais) que prestam valiosos serviços sob condições inadequadas de trabalho. Alguns funcionários estão tendo de levar canetas e clips para suas repartições. Pacientes da rede pública precisam levar curativos de casa para ajudar na recuperação de alguma lesão.

Um capitão da Aeronáutica, aviador de caça, participante de cursos que duram meses e lhe tomam boa parte do tempo que seria dedicado à família e ao lazer, tem um salário médio de R$ 2.600,00 para ser responsável por uma possante aeronave que custa milhões e não pode se dar ao luxo de distrair-se por um segundo, para não colocar vidas em risco.

Um professor universitário, com pós graduação, depois de mais de 25 anos perdendo noites de sonos debruçado sobre livros caríssimos, preparando matérias e corrigindo provas (sem contar o desgaste dos movimentos para o reajuste da categoria), consegue ultrapassar R$ 4.000,00.

Já um motorista do Senado, com a "estafante" missão de conduzir rotundos comilões (não só dos lautos lanches, mas de nossas finanças) e seus familiares a passeios por shopings, veterinários, praias e lojas de conveniências (nós pagamos a gasolina deste turismo descarado), recebe uma modesta quantia (aprovada no início do mês) acima de R$ 6.000,00 depois de menos de 10 horas de treinos e 4 horas de teoria sobre mecânica de automóvel. Isto quando não consegue a carteira de habilitação através de alguma facilidade criada após um telefonema influente. Depois, é só ficar tomando cafezinho na lanchonete e conversando com os colegas de profissão enquanto aguarda seu nobre passageiro. Eventualmente obtém alguns arranhões nas viaturas que rapidamente são restauradas com verbas oriundas de nossos bolsos. É um deboche com os contribuintes que perdem quase 30% de seus ganhos com impostos que não retornam sob benéficos à coletividade.

Este é apenas um simples exemplo de como são tratados os assuntos em nossas câmaras. Projetos de interesse popular objetivando melhor qualidade de vida da população ou evitando que mutreteiros furtivos abocanhem as verbas destinadas aos fins sociais são engavetados e arrastados por anos prolongados, até que as pastas contendo propostas e emendas sejam consumidas pelas traças ou pelo fogo "acidental". Por isto a justiça reluta em arquivar processos em meios magnéticos passíveis de backup. Mantendo-os em pastas sebosas, em gavetões de madeira e em prédios sem segurança como o do TST que pegou fogo no início do ano, fica mais fácil resolver pendências que incomodam aos poderosos. Mas sendo um tema do tipo aumento dos legisladores e de seus servidores, desliza rápido e sem empecilhos por todas as mesas onde estão os carimbos que dão validade ao texto. Não demoram mais de uma semana tramitando pelos luxuosos corredores atapetados, ao contrário do salário do trabalhador, que leva um ano para conseguir 11% de reajuste contra aumentos de alimentos, remédios e outras necessidades básicas que ultrapassam 25% no mesmo período e são mascaradas pelas brilhantes fórmulas da equipe econômica, que chega ao maravilhoso índice de 8% ao ano.





Haroldo P. Barboza – Matemático, Analista de computador e Poeta – Abril / 2002

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