Usina de Letras

Diferentemente do que ocorreu com Dilma nos primeiros nove meses do ano, quando ela esteve por pouco de perder o mandato, Eduardo caminha a passos largos na direção de perder o seu. A situação do presidente da Câmara dos Deputados vem se deteriorando rapidamente nos últimos dias, mas no último dia 18 de novembro, usando uma manobra regimentar, ele tentou barrar a sessão do Conselho de Ética, a qual analisaria o relatório que pede a sua cassação. Esse episódio desencadeou uma onda de protestos de parlamentares tanto daqueles que exigem sua saída do comando da casa quanto daqueles que até então o apoiavam. Como muitos disseram, Eduardo Cunha acabou dando um tiro no pé, pois conseguiu com isso aumentar o coro daqueles que exigem sua saída. E se não bastasse isso, o relator responsável pelo relatório do processo de cassação do deputado peemedebista, relatou a colegas que vem sofrendo pressões e ameaças, as quais se estendem a seus familiares. Tais ameaças se forem comprovadas, podem selar de vez o destino de Cunha. E ainda há mais: o ministro do STF, Marco Aurélio, deu uma declaração no dia seguinte, pedindo de forma quase direta a renúncia do parlamentar. E foi mais enfático ao sugerir que o Ministério Público entre com uma ação no STF pedindo o afastamento de Cunha, o que de fato pode ocorrer nos próximos dias. A pressão para que o peemedebista deixe o cargo é muito grande. E, ao que tudo indica, sua situação é bem mais complicada do que a da Presidenta Dilma, a qual ganhou mais uns meses de sobrevida. Como falta menos de um mês para o fim dos trabalhos no parlamento, talvez Cunha consiga sobreviver até Fevereiro ou Março, mas do jeito que a coisa está indo, não vai ser fácil ele chegar até lá.