Quantas vezes, à janela, revia os dias
Da juventude passada, quando
Ficava pelas madrugadas esperando
O amor, sem saber se ele viria.
Cabelos brancos, quieta pensando,
Cantarolava versos de poesias
Que outrora escreveu chorando,
Quando lhe fugiam as alegrias.
Olhando-se no espelho viu a imagem
Da moça gentil de sorriso angelical,
No olhar, a chama que lhe ardia o corpo
No leito onde solitária dormia
Sedenta de toques e úmidos beijos,
Do homem que toda vida esperou...
27/05/03.
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