Reflexão
A MULHER VENDEDORA DE ROSAS
Rosas, rosas, quem quer?
Compre rosas,
gritava a mulher em meio a praça
de agitado movimento.
Rosas, rosas das cores preferidas,
de perfume suave, temos para todos os gostos,
leve rosas para casa, elas são de esmero dulçor.
E a multidão indiferente aos gritos daquela mulher,
deixava para trás, o som estridente daquela oferta tão sensível.
Mas, a mulher insistia em sua intrepidez,
tratava-se de um ganho, da forma mais colorida.
Já cansada, aquela mulher abraçada ao cesto de suas rosas,
procurou sentar-se em um dos bancos da praça.
e lançou um olhar longe, repousado nas campinas verdes do arrebol,
e viu pássaros em forma de rosas voando.
Pensou por uns instantes ter visto suas rosas com asas.
Acordada do transe, segurou mais forte seu cesto, e percebeu
que todas as rosas ali estavam.
Nesse momento, um homem de olhar terno aproximou-se e lhe disse: - Observava a ti mulher,
quando os teus olhos vazios do derredor, preocupava-se apenas com o redor disperso
do teu convívio. Porém, quando do redor te libertastes, e solta, viste que as rosas tem asas
também, e que elas voam alto na percurso dos que a sua altura se encontram. Senti que teu íntimo, aquietara-se , abraçando a sensibilidade forte, mistério, de que as rosas são graças sem preço.
Rosas, rosas, rosas... quem quer? Era assim que gritavas.... Rosas, só as querem quem sabe delas interpretar a linguagem da alma.
São encontradas em esquinas, ofertadas nos bares, vistas em vasos, colhidas por sobre os muros, rainha dos jardins...
Companheiras das alegrias, nas tristezas também presentes. Natural, desidratadas ou podadas, todas elas possuem a beleza de um sorriso, a oferta de um amor.
Não te entristeças nobre mulher, o teu grito foi ouvido, , ecoou nas paredes ainda que de bronze dos corações humanos. Se ainda não houve retorno....sabes o por quê?...a sensibilidade está com defeito na audição.
As rosas que estão em teu cesto, já tem endereço certo, quando um dia não muito longe, os homens acordarem numa manhã ,atingidos pelo sol da liberdade dos sentimentos, e, descobrirem que as rosas falam; de bondade, de compreensão , de gratidão, de afeto, fé, carinho, proteção, paz e amor, e saberão também, que para a pelúcia das pétalas desfrutarem, é preciso pelos espinhos passarem.
Jair Martins - 18.03.02 - 16:15h
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