Quero ser o canto triste de um poema
O canto triste de um poema,
o eco solitário de uma voz no infinito,
o sorriso de um pecador...
Quero ser, pelos séculos que hão de vir,
apenas uma saudade...,
uma simples saudade
daquele que viveu, e se lançou
de encontro às razões.
Quero ser um lamento
das noites chuvosas, frias, e sem fim.
Um lamento que possuiu esboços de verdade
com formas na sociedade...
mas, apenas lamento...
Quero ser o canto triste de um poema,
no soluço do regato ao rio,
da lua ao mar,
das estrelas às minhas quimeras.
Quero ser o eco solitário de uma voz no infinito
rezando uma prece, sem religião, e, sem deuses.
Um eco anônimo e sem calor.
Quero ter o sorriso de um pecador
para, quando fores ao meu leito
levar as tuas mágoas,
sorrir e dizer-te:
Olha-te... Olhe-me...
e, faça o nosso julgamento!
Pezente.
|