CORDEL DO DESABAFO
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Já soube dos que partiram
E sinto por isso bastante
Pois cada poeta que vai
É uma falta constante
É mais um pássaro calado
Silencioso e engaiolado
Sem rimas e sem rompante
Preso pela indignação
Desiste do vôo e da vida
A procurar novos ninhos
Levando a dor sofrida
Sai sem rumo, entristecido
Mas nunca fica esquecido
Pois o amor vai c’a partida
De minha parte lhes digo
Estou de mala arrumada
E de passagem na mão
Prá sair em debandada
Mas antes preciso saber
Se o dono vai responder
A questão que é perguntada
No desabafo abaixo
Nas recomendações aludidas
Em nome da última chance
Espero vê-las atendidas
Para que após o Natal
Acabemos com o mal
De pessoas atrevidas
E quem sabe, o milagre
De Cristo possa acontecer
Trazendo de volta os amigos
E nosso desejo atender
Que a Usina volte pra gente
A ser um lugar decente
Onde se possa viver