tenho meu próprio gosto
- um pesto fresco, uma taça rubra
um poema escorrendo da boca
tenho meus perfumes
- incensos, flores
terra molhada depois de longa seca
tenho meus próprios arrepios
- um verso antigo de Adélia
um novo em folha de um desconhecido
tenho meus próprios conceitos
- meus desejos específicos
tudo quero desta vida
- quero alegria, justiça,
um velho sonho todo dia
ai, que às vezes
saio correndo
em busca nessa vida
de um naco, um pequeno naco que seja
do que julgo a luz da aurora
- o que julgo ser aquilo que me guia
há um norte, sempre
como se velha fogueira estivesse acesa
e nela ardesse minha alma
- sempre pronta, sempre em riste
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