CADÊ MEU DOCE MUNDO?
Autor: José Virgolino de Alencar
Quando nasce uma criança,
Também nasce a esperança
De que o mundo melhore;
No coração de ninguém cabe
Pensar que o bem se acabe
E que o mundo piore,
Quando nasce uma criança.
O frágil ser que à luz é dado
Traz força da suprema criação
De Deus, na sua infalível perfeição;
Mas, a promessa de um mundo melhor
Pode sucumbir quando, já maior,
A criatura ao criador desobedece
E as santas verdades logo esquece.
Começa, então, a luta pelo poder,
Passa a dar mais importância ao ter
E do mundo acha-se senhor e dono;
Daí, vai devastando os bens da Terra,
Abrindo injustas frentes de guerra,
Explodindo bombas, matando vidas,
Tirando da humanidade a paz e o sono.
Isso tudo me joga no desânimo,
Tento buscar na fé um seguro porto,
Uma âncora, para não me quedar morto;
Atônito, me pergunto quem me roubou
O mundo de esperança prometido
Quando vim à luz, recém-nascido;
Céus! Que fim meu doce mundo levou!
Abril/2003
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