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Poesias-->Saudade -- 14/05/2003 - 12:00 (Marcel de Alcântara) |
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Essa garoa caindo dos meus olhos
Levam teus carinhos para fora
Mas a saudade que não vai embora
Infiltra-se por todos meus poros
Se eu pudesse continuar mentindo
Enganando a alma do coração
Se eu pudesse continuar sorrindo
Enganando a sombra e a solidão
Se eu pudesse te amar de verdade
Como o meu corpo e alma exigem, mas não...
Então vivo entre o impasse e a confusão
Entre a loucura e a serenidade
Esse sol que brilha nos teus olhos
Esses raios te bastam e jorram
Inundando os que te cercam e gostam
Esvaziando-me em erros novos
Insuficientes são as minhas palavras
Ineficientes são meus sentimentos
Incapazes de conquistar sua alma
Incapazes de entender seu desejo
Você vem e vai como as ondas
Esse mar não é mais belo e calmo
E o navio inconstante balouça
Ameaçando afogar os ósculos
Se o poeta é triste e a musa alegre
Se o amor é livre e a dor inerte
Quero ser amado da forma que amo
Ao menos uma vez, um dia do ano.
Marcel de Alcântara
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