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Artigos-->Descobrindo Ruínas do Século XIX em Araras (SP) -- 17/08/2015 - 16:57 (LUIZ ROBERTO TURATTI) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






Descobrindo Ruínas do Século XIX em Araras


Alcyr Matthiesen Em meu livro “Resgatando Elos da Memória” (2010, pág. 174), no capítulo ‘Almanaque, Araras do Meu Passado’, escrevi: “Contam alguns sitiantes, que próximo a Araras, há uma velha fazenda, onde existe uma santa cruz, junto a um pequeno cemitério. Nas noites de lua cheia, altas horas da noite, quem por lá passa ouve choros de bebês. Reza a lenda que naquele local foram enterrados bebês paridos de escravas engravidadas pelos patrões que mandavam assassinar os recém-nascidos, para não se envolverem em escândalos sexuais com as negras escravas”. Um simpático e culto leitor, Sr. Nilto Arnaldo Fogo, apaixonado por leitura e muito lúcido, mesmo aos 82 anos, que muito trabalhou no campo, ficou tão empolgado pela menção do texto no citado livro que lembrou-se que tinha apenas 6 anos de idade, quando participava de enterros de recém-nascidos num pequeno cemitério, próximo à uma mata, onde havia uma capela nas terras próximas à Fazenda Morro Alto, numa secção denominada “Serra d’Água”, próxima a atual Via Anhanguera. Voltou no tempo, 76 anos atrás e lembrou-se que muitos recém-nascidos, em partos mal sucedidos faleciam provavelmente por tétano umbilical (quando a ignorância popular colocava picumã e fumo para secar o umbigo). Os bebês mortos eram levados em cortejo numa trilha aberta no mato, por mulheres ao pequeno cemitério e um homem ia à frente para abrir a cova. Ali, eram enterrados, velavam o corpo mediante rezas e cantos ao lado da capela. Por muito tempo essa capela fora considerada milagrosa e os habitantes da região acreditavam em curas e atendimento de graças à suas preces, deixando no local objetos de devoção, muletas, velas derretidas etc.

Descoberta


O Sr. Nilto não ficou só na leitura. Com a leitura do texto do livro, lembrou-se do cemitério e da capela centenária. Desbravou parte do mato em busca da capela e do cemitério e foi até o local investigar a existência dos mesmos. Para sua surpresa, lá encontrou as ruinas da capela, entre uma fechada capoeira, árvores, cipós e muitas folhas secas. Empolgado com a descoberta, comunicou o achado à filha Márcia e ao genro Luciano e voltaram ao local para certificarem-se da existência das ruinas. A seguir, entraram em contato comigo e prontificaram-se a levar-me até o local. Fomos até lá e a visão foi semelhante a um filme de aventuras. O cemitério não achamos, mas deparamos com as ruinas da capela, entre árvores retorcidas, muita capoeira e folhas secas sobre blocos e resíduos do teto desabado. As ruinas revelavam um arco feito com tijolos coloniais, que pelas características e tamanho deveriam ser muito antigas. Suponho que sejam do século XIX. Ao fundo da antiga capela encontramos um altar com imagens de santos, quadrinhos envidraçados emoldurando estampas de conotação religiosa, resíduos de estatuetas e outros objetos de culto religioso. Na parede do fundo, sobre o suposto altar havia restos de uma grande cruz de madeira deteriorada pelo tempo e entre os escombros no solo descobrimos um pedaço de cruz de ferro, muito utilizada em cemitérios, que continha a base ainda presa à um bloco de tijolos, que provavelmente deveria pertencer à uma sepultura. O choro dos bebês não ouvimos, talvez pelo horário que lá estávamos, mas em noites de lua cheia talvez alguém os tenha ouvido... mesmo que seja apenas uma criação da imaginação popular.

*Separata do livro do mesmo autor “Páginas da História e do Imaginário de Araras”, 2015 (no prelo).


Fonte: OPINIÃO JORNAL/Resgate à História, Araras (SP), Sábado e Domingo, 15 e 16/08/2015, página 4. ________________________________________ “Fora da VERDADE não há CARIDADE nem, muito menos, SALVAÇÃO!” LUIZ ROBERTO TURATTI.






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