Eu sei! Eu sei! Não fale coisa alguma.
Apenas me permita amordaçá-la
com um beijo. Depois, já na ante-sala
das seis horas, tirar-lhe a rédea e, em suma,
inebriar de agrados, sob a bruma
da noitinha, o silêncio que nos fala
quando, aos poucos, os gemidos, na escala
dos seus olhos, flutuam pela espuma
desfolhada nos céus à meia-noite.
Mas logo há de chegar a madrugada
– extenuante, quase entorpecente –
Ela apetecerá com seu açoite
desfalecer-nos, sem saber que nada
mitigará nossa plangência ardente. |