Eu não sucumbirei diante deles,
desguarnecendo o culto do silêncio.
Eu, aliás, decretarei à noite
para ocultar seu rosto numa estrela.
Insistirei, embora eles relutem,
que você é apenas uma rosa.
E quando eles, por fim, silenciarem,
hei de pintá-la num jardim suspenso.
Eles virão, contudo, ao fim da tarde
para falar de amor e dos seus beijos,
incendiando versos e poemas.
Eles talvez me levem e, quem sabe,
numa avidez de tudo, quase ou nada,
possam torná-la, em suma, a minha amada. |