Ontem à noite eu vi você. E quis tocá-la.
Eu quis também tocar seus dedos. Entretanto,
você fez deles uma impossibilidade
esvoaçante, quase bêbada de fala.
Eu, dessa forma, nem tentei persuadi-los.
Rememorei dores intensas, me açoitando.
Pus suas mãos à parte. Recobrei o senso.
Coagulei a brisa e o vento nesse pranto.
Eu, ademais, livrei meus olhos do seu nome.
Refiz meu riso e, quando o sono veio, em suma,
senti a angústia de quem lentamente morre.
Compus as horas como alguém resvala o tempo
e asseverei que foi tolice ter-lhe dito:
“Seu corpo é tudo que entorpece o universo”. |