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Contos-->CONTANDO HISTÓRIAS PRA VIDA -- 09/02/2003 - 22:56 (BRUNO CALIL FONSECA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CONTANDO HISTÓRIAS PRA VIDA

Era uma vez... num lugar muito distante... numa casinha no alto da mais alta montanha... Quase sempre é assim: alguém começa a contar uma história, narrar uma lenda... e nossa mente desliza pelas palavras produzindo imagens que se sucedem reconstruindo cada cena dentro de nós. Damos a cada história um colorido, um movimento e até um entendimento próprio.

Todos sabemos como as histórias prendem a atenção de crianças e que muitos adultos também mantêm a antiga paixão pela narrativa. O que talvez não tenhamos ainda nos apercebido é do valor PREVENTIVO, TERAPÊUTICO e CURATIVO das histórias. Gostamos de histórias, mas, além disso, elas podem fazer muito bem a nossa saúde!

O som melodioso da voz humana contando uma história embalou o sono de gerações e gerações, outras vezes distraiu platéias inteiras, emocionou corações e almas... Elas ensinam que não estamos sozinhos nos nossos sentimentos.

As histórias e nossa própria história nos permitem compartilhar destes sentimentos e dos mais altos valores da vida humana. Histórias misturam razão (lógica, cadência, temporalidade) e emoção (sentimentos, situações limite, problemas, conflitos) produzindo sabedoria!

Mas por que isso poderia ser bom para a saúde?

Primeiro porque podemos "prevenir" alguns problemas psicológicos de pessoas que se tornam endurecidas ou defendidas demais dentro de si mesmas devido à imersão total numa sociedade altamente tecnológica e competitiva. O contato direto e pessoal com histórias preserva a experiência de sentir, compartilhar, refletir. Além disso, histórias desenvolvem nossa capacidade criativa, amplia nossa imaginação e nos ensina a rechear a vida com imagens mentais construtivas e esperançosas.

Em segundo lugar porque a leitura ou a elaboração de uma história que estamos ouvindo, se dá sempre dentro das possibilidades e necessidades próprias de cada um. Cada pessoa interpreta e compreende as personagens e os enredos de uma forma única. Cada um absorve o que pode, o que precisa, o que deu conta de assimilar naquele momento. Nossa mente usa as "saídas" da história para produzir nossas próprias interpretações. Abre-nos um caminho particular, usando a analogia da narrativa.

Muitas vezes é bem mais seguro até trabalhar questões que aparecem na narrativa sem relacioná-las a nós mesmos. Pensamos e arejamos nossa mente com fatos, problemas e questões das personagens... não nossas é claro! Assim fica mais fácil. Estamos protegidos de constrangimentos que não nos levariam a nada. Pensamos e absorvemos sempre apenas o que nos é possível, e - às vezes - não nos é possível uma autocrítica, então o melhor mesmo é que apenas a personagem e o ensinamento da história nos guie, sem autocríticas!

Outras vezes o inverso é ainda mais terapêutico, ou seja, permitir que numa história ou através dos sentimentos por ela evocados, venhamos a descobrir e/ou liberar sentimentos ou conflitos que desconhecíamos dentro de nós. Ganhamos por os ter revelado, ganhamos mais ainda por assim poder trabalhar estas novas descobertas, ainda que possam ser - num primeiro momento - difíceis e inconfessáveis.

Constantemente descobrimos que a sensação de "velhice" vem acompanhada de mais nenhuma descoberta, nada novo em nosso caminho. Pode ser extremamente jovem e prazeroso descobrir algo novo na intimidade. Uma idéia refeita ou ampliada, uma opinião rejeitada em função de uma nova perspectiva: eis a juventude, em qualquer idade. Eis uma função terapêutica das histórias.

Em terceiro lugar a saúde mental depende de nossa capacidade de suportar nossas dificuldades e procurar nossos recursos e potencialidades internas de superação dos problemas exatamente nos momentos críticos em que os problemas aparecem. Costumamos encarar nossos problemas como se fossem os derradeiros, mas sempre haverá uma solução para estes e outros depois deles.

As histórias nos ensinam que todo o transtorno tem um antes da crise e um depois. Nossos heróis e heroínas enfrentam obstáculos e aprendem na adversidade. Esperam (esperança) fazendo (ativamente). Criam soluções a partir dos recursos que têm ou dos que passam a ver que sempre estiveram ali, mas não eram tidos como recursos importantes.

Obviamente a BIBLIOTERAPIA, que é o nome técnico do uso de "histórias para a vida" não é um recurso maior ou mais importante que nenhum outro recurso terapêutico. É apenas mais um recurso. Entretanto, é um recurso totalmente livre de "contra-indicações" e "efeitos colaterais". Além disso, para os que gostam de ler, é inegável o seu poder de alegrar o coração com uma luz que vem de dentro (já que o essencial é invisível aos olhos!) e muitas vezes passa a iluminar nosso caminho.

A eficácia de qualquer forma ou instrumento terapêutico fundamenta-se na capacidade de transformação da pessoa humana (cliente) em conseqüência do diálogo interior, muitas vezes dinamizado pela presença de um outro (terapeuta). As histórias são, muitas vezes, essa voz que vem de fora nos contar que SOMOS a voz, o bem, a ajuda e o melhor amigo que podemos nos dar. Tornamos as histórias terapêuticas (ou não).

O objetivo dessa nossa seção é oferecer-lhe essa possibilidade, gostaria que este fosse um espaço de diálogo, troca e compartilhamento. Esteja sempre conosco e envie-nos suas histórias sempre que quiser, estaremos a sua espera... Há muitos que querem ouvi-lo, nós em especial! Até lá!

Kathy Amorim Marcondes
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