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Poesias-->MÃE -- 11/05/2003 - 08:56 (LUIZ ALBERTO MACHADO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
mãe,



me deste a bênção



por deus me seguir



e eu louvado



dedico o amor



infinito das estrelas



longe do teu seio



não tenho vigor



apenas o sentimento esconjurado



eu te desejo minha canção desatinada,



perdida nas matas do país



sou da tua carne o fruto



o teu sacrifício



e a tua dor mulher



foi no teu seio



que me fiz feliz



ensinou-me a justiça



a sede,



o ter na repartição das coisas



e a coragem no chão



sou a vez do teu ventre



na queda do rio incólume



roço-te a pele



e descubro dedicação



na proeza de criança espevitada



mulher e homem



é sim e não



rigor de concepção



amanhã



aos cacos de sonho pela vida



a paixão pela professora



dedicada e prestimosa



as dores de fígado noite adentro



o vômito surpreendente



na sala de aula



o insulto da vó



empunhando chicote



e o namoro inocente



com a tia



foi preciso a vida



de trinta anos



para sentir



o desterro de água preta



a violenta decepção dos anos



o fumo logo cedo



as aprontações no ginásio municipal



as noites com vô em badalejo



a solidão eterna dos canaviais



foi preciso a vida



para conhecer batman



e os desenhos da televisão



a revolucionária aninha



a passiva anginha



e o mimo exagerado por geórgia



o dia não era um só



nas coleções de gibi



no medo do coração de jesus



na adoração fanática pelo pai



a fuga pro mundo se deu precoce



na bolinha jogada no bairro



na cantoria imaculada



no namoro escondido



no casório antecipado



na fuga, a acolhida de carma



sempre solícita



as safadezas de pai lula



e os desejos chegando cedo



todos os mitos comigo



o cérebro e a cabeça



a ternura fria



e a embriagues



o exílio



a separação



a lâmina



o adulto órfão



ainda brotam desejos nas ilusões



a certeza incontida de vencer o mundo



e em alta velocidade



a penúria



o luxo disfarçardo



a reprovação na escola



a pressa louca



de conhecer o amanhã



amanhã de manhã



quando me vires abatumado pelos recantos



da geografia deste país



é que estou vigilante



eterno da natureza e das reminiscências



quando me vires



gritando pelas esquinas



é que sustento o choro do peito



de milhares de filhos amaldiçoados



quando me vires



marchando nas ruas



é que estou cantando o futuro



na canção para os que vierem



quando me vires



varando a noite



é que não encontrei



amparo no dia



quando me vires



a chorar



é que ainda não fui feliz



quando me vires



rompendo divisas



é que continuo a semear



o melhor de ti



lutando



incansavelmente



pelos caminhos duros



do amanhã.



* In: Primeira Reunião. Ed. Bagaço/Recife, 1992



HP: www.abarata.com.br/sites/luizalbertomachado/







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