Teu corpo é o meu lancil imaginado, essa fresta por onde entra meu sonho tranquílo, sem medo de morrer, ausente de todos os pensamentos que me cansam de viver. O teu corpo podia ser um outro corpo qualquer, um artefacto modermo, um passaporte para o céu que há no inferno... Mas o Teu corpo é só o que é... O que está integral na seiva que transita no meu raciocínio e me impele para fora do domínio servil dos hábitos implantados E sou eu ateu, como me designam! Eu... Eu não sou nada sem o Teu corpo, essa benesse íntima que fui inculcando em meu instinto sem lhe conhecer sequer as formas. Crieio-o, seja como for, levita sobre mim, asado e pleno ao redor do equador do meu sonho, tórrido e voluptuoso em noites de lua batendo em cheio no meu rosto em despedida. O Teu corpo é o resto da minha vida, a minha única e exclusiva saída para lograr algum, um poucochinho só, de tempo feliz com raiz mater e verdadeira entre a fogueira ceifeira dos corpos. O Teu corpo é o trem espacial que me eleva entre nuvens através das galáxias do meu infinito imaginário... É o relicário que não preciso sequer de ver para o ter... É o meu sacrário onde me entrego a padecer a Tua falta... O que é que há-de para mim o Teu corpo não ser?!... Torre da Guia DR-SPA-1.1453 |