FAX, XEROX E CLONADOS
(Por Domingos Oliveira Medeiros)
Nestes tempos hodiernos
Quase tudo é clonado
Igual a CD pirata
Produto bem copiado
De tão bem feito engana
Que a gente nem reclama
De ter sido enganado.
Mulher com o peito grande
Que ontem era pequeno
Hoje amanheceu inchado
Aplicou logo o veneno
Silicone é seu nome
Muito sutiã consome
Igual ao do Stalone
Homem, então, nem se fala
O moço bem atrevido
Barba e bigode no rosto
Não passa de um enrustido
Varia o seu sexual
E acha tudo normal
Artista bem travestido
Alguns nasceram assim
Penderam pra esse lado
Mas tem cabra enxerido
Que gosta do rebolado
Parente daquele bicho
Que usa rabo e rabicho
Tem chifre e é veado
E tem o caso daquele
De nome bissexuado
Ou é homem, ou é mulher
Tem por dentro e pendurado
Depende do seu anseio
Não vale coluna do meio
Tem que escolher o seu lado
A cirurgia corrige
Do jeito do desejado
Se for homem, se costura
Se for mulher, é capado
Faz a opção sexual
Escolhe o seu genital
E fica bem sossegado
Muda a sua identidade
Deixa de ser Zé Grandão
Troca o seu genital
Muda toda a relação
Agora se chama Verinha
Anda toda pintadinha
Com as cores do verão
E tem o homossexual
Que é aquele atraído
Pelo sexo igual ao seu
Que já é reconhecido
Na própria Constituição
Liberdade de opção
Não pode ser confundido
Na política é igual
Eu conheço muita gente
Travestido de estadista
Veja o nosso presidente
Tudo indica, duplicado
Um calmo, outro avexado
Depende do ambiente
Quando trata da reforma
Exemplo da Previdência
O Lula um pede pressa
E o Lula dois paciência
Quando’ o assunto é crescimento
Ou se tratar de aumento
Entra em cena a leniência
Mudar o Judiciário
Controlando o magistrado
Lula um não perde tempo
Diz que está sempre atrasado
Mas para baixar o juro
Lula dois trepa no muro
E o assunto é adiado
Pra fazer economia
O salário é cortado
O dinheiro anda curto
Orçamento apertado
Mas pra comprar avião
Não se economiza um tostão
Lula um é ousado
Pra fazer a parceria
Com tudo que é deputado
Todos os parlamentares
Por Lula foi convocado
A pressa virou presente
A conta quem paga é a gente
Lula dois ficou calado
Lá fora, no estrangeiro
O Lula um vai dizendo
Que a nossa economia
Tá em ordem, tá crescendo
Mas aqui, sem a gravata
Lula dois diz que é bravata
O país anda morrendo
E assim de Lula em Lula
Todo mundo é enganado
Na segunda se promete
Na terça é feriado
Na quarta, o Fome Zero
Na quinta, ainda espero
O meu comer adiado
As mudanças acontecem
Mudou todo o Ministério
Trocou seis por meia dúzia
O país não é tão sério
Presidente um viajando
E o dois só copiando
Ninguém entende o mistério
Presidente que afirma
Não haver planejamento
Sem rumo o nosso governo
É como palavra ao vento
É a cópia do Fernando
Até quando está voando
Falta no bolo o fermento
Talvez no próximo mandato
O bolo será repartido
Se até lá tiver o forno
Assado e bem cozido
E se o nosso presidente
Não se molhar na enchente
Do povo desiludido