Minha peleja com INÁCIO
Não foi uma coisa fácil,
O pretinho endiabrado
Me botou no chão sentado,
Não fosse Dr. Horácio
Ainda estava deitado.
Veio Romano de Teixeira,
Eu armei minha trincheira,
Mas o vate com erudição
Também jogou-me no chão,
E não foi brincadeira,
Não foi engraçado, ah não.
Já com Pinto de Monteiro
Eu cantei um dia inteiro,
Não houve jeito, perdi,
No fim então desisti,
Pinto é o vate primeiro
D’alhures, como daqui.
Oliveira de Panelas,
Aí é que foram elas,
Cantador muito versado,
Eu com verso reversado,
Passei sebo nas canelas,
Corri feito um desgraçado.
Aqueles irmãos Batista,
Cada um mais que artista,
Me botaram para correr,
Tive medo de morrer
Cansado buscando pista
Que pudesse me esconder.
Patativa de Assaré,
Sabem como ele é,
Fui fazer um desafio,
Com rapidez me feriu,
Me deixou como um mané,
Ferido, ficou meu brio.
Tentei com Leandro Gomes
De Barros, nome dos nomes,
Sua versatilidade
E imensa criatividade,
Disse-me seco: “Daqui somes,
Não tens inventividade”.
Pensei: “Eu sou Virgulino.
Com Arlindo Ugulino
É fácil de me dar bem”,
Mas dessa fera também
Perdi até o desatino,
Humilde, pedi amém.
Chamei Daudeth Bandeira,
Um outro que é pedreira,
Mas na minha teimosia,
Achei que a minha poesia
Não, não tinha besteira,
Mas com ele entrei em fria.
Desafiei pra minha rima
Ronaldo da Cunha Lima,
Mas a memória tamanha
Nem computador dele ganha,
Sua poesia é obra prima,
Fiz-me doente, era manha.
Mas, afinal, apareceu
Cantador pior que eu,
Severino de Severina
Da comadre Josefina,
Morrer, ele não morreu,
Mas o deixei de fala fina.
OBS: A paleja não é verdadeira,
é apenas uma homenagem a alguns
dos grandes poetas populares.
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