Usina de Letras
Usina de Letras
33 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62290 )

Cartas ( 21334)

Contos (13268)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10389)

Erótico (13574)

Frases (50677)

Humor (20040)

Infantil (5460)

Infanto Juvenil (4781)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140824)

Redação (3310)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6211)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Buraco negro nas eleições -- 04/04/2002 - 10:36 (Haroldo Pereira Barboza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O buraco negro da campanha eleitoral.



Faltando sete meses para a oficialização da farsa eleitoral (os programas secretos de apuração de votos já devem estar em fase final de ajuste), os dirigentes (governadores, prefeitos, ministros e similares) públicos passam seus cargos aos vices. Neste instante, ocorre a seguinte situação: quem está saindo deixa o cofre quase vazio para que dentro de quatro meses o sucessor não tenha meios de honrar os compromissos de pagamentos, tendo em vista que o titular ao sair, concedeu aumentos a funcionários (por que não o fez no seu segundo ano de mandato?), contratou novos servidores, assinou convênios (que deveriam ter sido feitos há mais tempo, por menor preço) com empresas de serviços e atos similares. Ignorou solenemente a lei que deveria vigiar seus gastos, pois sabe que nada ocorre após as CPI s e os processos inócuos. O caos futuro servirá para reforçar sua imagem (acusando o vice, geralmente de outro partido) perante os eleitores que servem de testemunhas sofridas e passivas deste processo, mas canalizam suas atenções para saber quem deu o pum mais cheiroso no programa Big BoboBrasil.

Nestes sete meses de caos público, onde as verbas destinadas à saúde, educação e segurança serão gastas em propagandas eleitorais, ainda seremos obrigados a ouvir (não temos o direito de trocar de programa no horário usado) as acusações mútuas entre os concorrentes aos cargos públicos. Cada um tentará expor seus adversários ao ridículo em função de vestígios de escândalos mal investigados e mal concluídos. Mas nenhum deles abordará as questões fundamentais que corroem nossas estruturas patrióticas. Ninguém prometerá realizar investigações e adotar medidas concretas para combater e eliminar as causas de nossa pobreza. Quem cobrará os impostos devidos pelas empreiteiras ao INSS? Quem terá coragem de conferir os balancetes dos laboratórios que aumentam os remédios a todo instante condenando os menos afortunados a uma morte lenta e dolorida? Quem irá questionar a ação do BNDES emprestando nosso dinheiro para estrangeiros comprarem nosso patrimônio nas farsas das privatizações? Quem irá investigar a ação do PROER ajudando bancos falidos que fazem parte do grupo que obtém lucros de 200% num ano contra um medíocre crescimento do PIB? Quem terá bravura para acabar com o cartel dos planos de saúde, das universidades particulares e do comércio de combustíveis? Quem vai agir para implantar uma reforma judiciária que permita prender os ladrões dos cofres públicos?

No lugar destas atitudes, durante sete meses certamente prometerão criar empregos para algumas centenas de esfomeados (mas não dirão que a empresa agraciada ficará isenta de impostos durante 25 anos para estabelecer suas bases na região). E se a seleção de futebol conseguir o título mundial, prometerão presentes aos abastados atletas (casas, carros e outros) que com tanto "sacrifício" trouxeram grande glória à nossa pátria. Os eleitores-torcedores extasiados e anestesiados votarão em qualquer coisa que carregue a bandeira de seu clube preferido. E com isto, nossa pátria continuará sendo dirigida por elementos do tipo Ricardo Teixeira, Ciro filhote de FHC, família Sarna, Eurico Miranda, Edmundo Silva, "presidengue" Serra, "Caixa Dágua" e outros depósitos de entulhos morais. E desta forma, continuaremos caminhando a passos rápidos em direção ao abismo negro que engole os países que abrem mão de sua dignidade e se transformam em colônias dos grandes capitais do planeta e que serão descartados quando suas riquezas naturais estiverem esgotadas.



Afinal, dentro do buraco negro que se aproxima, não há o que escolher para dirigir nossos destinos.



Haroldo P. Barboza – Matemático, Analista de computador e Poeta – Abril / 2002

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui