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Poesias-->SILÊNCIOS -- 03/05/2003 - 19:38 (Lílian Maial) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SILÊNCIOS

lílian maial





Fico assim

acorrentada ao silêncio

na imposição de dias mudos.

Nada sei de mundos interiores

quando meu peito floresce.

Não me cabem subsolos

subterrâneos

subentendidos

quando a música que me toca

embala a saudade.



Fico assim

meio sem graça

com o corte no verbo

- essa navalha oculta -

que insiste em retalhar meu riso.

Recolho todas as notas da tua voz

ao me falar de amor.

O limbo não é lugar para elas.

Prefiro guardá-las em cativeiro,

atadas às minhas lembranças

de dias de sol.



Cai a chuva

escurece

chora o dia

como se cada estrela se escondesse

atrás do tempo

pra não mostrar aos olhos

o quanto tua voz nos faz brilhar.



Fico assim

um tanto melancólica

quando minhas mãos anseiam por passeios.

Busco tua pele na memória

teu cheiro caro

teu corpo limpo.

Encontro meu eco

e tudo me volta estridente,

enquanto de ti

só reconheço os silêncios.
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