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Humor-->Lamento a Praia do Cassino -- 27/10/2002 - 05:17 (Helinton Pires Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Cassino, Cassineiro meu
Nas tuas ruas que tanto andei,
cambaleei e apaguei

Boca seca e uma
mente detonada,
são os efeitos avassaladores
da 51 do Guanabara.

Ainda é viva na lembrança,
a caipira, a ceva e a batida desastrosa.
No milagre da multiplicação dos álcoois,
é preciso fazer render, disse um sábio.
Assassinamos o teco e, ainda bem,
restou o tico.

Nas minhas mãos,
em vez da pele sedosa
de uma mina gostosa,
o braço cabeludo de um
borrachudo que guio.

A noite tem dessas surpresas.
Coisas do destino penso eu.
Se bem que o eu queria,
era largar esse atraso,
deixando o corpo ali
no banco estirado.

Mas que perigo seria,
uma incitação à defloração haveria.
Pois bem sabem os amigos,
pros que não tem noção,
o de bêbado é um convite,
uma tentação.


Na avenida Rio Grande,
sentei e vomitei.
No Forte e no Gueto,
muita fubangagem,
me dei bem.

Do Sem Juízo, fui freguês.
Agora só não me recordo,
o nome daquela ordinária no meu colo

Fui fazer folia na SAC,
afinal é Carnaval, normal.
Que furada, até tiro rolou
na madrugada

Mas há Lual na praia.
Sei porque de longe origem vem a fumaça.
E não se apresse na dedução,
não é da fogueira, muito menos é de São João.

Ela entorpece e tem odor característico,
até as pererecas enlouquecem, é afrodisíaco
Essa não, usei dupla interpretação,
meu texto está virando, uma tremenda esculhambação.

Tantas memórias da minha gente.
De muita festa e pagação de mico,
sempre com amigo, primo ou recém conhecido.

Tudo muito nosense,
continuamente acompanhado,
da nata riograndense e,
pra não perder o costume,
vão se fuder os viados pelotenses.

Litoral de tantos amores e tantos sabores.
Onde os trocinhos são da melhor qualidade,
tudo galeto em tenra idade.

ISO9001, pode chega e levá,
tudo testado aprovado,
por esse sem vergonha depravado.

Querendo um exercício,
que me tire do álcool os malefícios,
pedalo na praia.
Amaldiçôo o vento contra que,
empurrando-me contra a enseada,
faz do programa uma baita indiada.

Na terra fofa de pouca chuva,
fico enraivecido com o peso do consorte,
minha eterna Barra Forte
O pneu resvala, desnorteia e é eu
de face contra a areia

Sob o céu estrelado,
quando companhia arranjei,
perdoem-me o palavreado,
mas nos molhes da barra trepei.
Tudo muito rápido e sem preliminar,
porque sabe-se lá, o tal do assassino
poderia vir e nos liquidar.

Nesse mar gelado e revolto,
disseram não entra,
tem ácido vindo do porto
Pisei no siri, me queimei na mãe d água
Só falta agora pegar um tétano,
subindo na embarcação naufragada.

Passeando na praia,
por de certo a mais extensa
e tediosa já criada,
avisto uma baleia encalhada.
A vida nela se extinguira,
mas o seu fedor ainda vivia.
Tão tenso e denso,
que me embaralhou o pensamento.

Se um pingüim aportasse agora,
o levaria para o espeto sem demora.
Um churrasco diferente, à minha moda.
Para o museu oceanográfico?
Os ossos em uma sacola.

Festa de Iemanjá,
santa padroeira de beleza casta.
Formosos e luminosos
são os pequenos barquinhos a velejar,
dádivas da rafuagem a flutuar.

Mas beleza sem igual,
trará a aurora da manhã,
quando a maré de volta os guiará,
e em uma avalanche de imundice
e balas Soft, a garotada irá nadar.

Molinete tinindo.
Vou estrear na pescaria.
Tudo as mil maravilhas?
Bem que eu gostaria.

Na pouca prática do menino urbano,
de cara envio o anzol no dedo.
Porra do caralho, grito sem medo.
Afinal, o que é mais um palavrão no contexto,
se o poema já está tão grotesco?

No caniço, só Bagre abunda.
Extinto é o tempo dos Papa-terra
que me deixavam tão contente,
mais fácil ir pegar girino no canalete.

Agora a praia é da nova geração,
com tristeza é que passo o bastão.
Vão seus piá de merda,
mantenham a tradição.

Mas retornarei ainda,
e na badalada da meia noite
chegaremos de Porto,
eu e as baratas do DATC.

Já posso avistar de longe o letreiro,
para mim tema de um reggae maconheiro.
E nele diz, "Bem vindo à praia do Cassino.
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