Será sempre em vão pensar
Infringir a minha lei
Pois por ela só eu sei
Começar e acabar!...
Podereis tudo inventar
Em meu nome ou destruir
Mas nunca ireis descobrir
Quem realmente eu sou
Donde venho... Aonde vou...
E bastará meditar
Que se existo pra mandar
Sobre o que posso e quero
Porque me omito ou tolero
Será sempre em vão pensar
Em entrega salutar
Presumindo-se a meus pés
Em delírio Moisés
Concebeu dez mandamentos
Segundo regra e talentos
Que – disse – lhe encomendei
Mas nem sequer inspirei
E ainda que me renegue
Nemhum humano consegue
Infringir a minha lei
Se crêdes que existirei
Nos domínios do imenso
E imaginais que penso
Tal e qual como vós...
Oh criaturas... Que atroz
Seria impor uma lei
Pra punir o que criei
E se fiz a humanidade
Prezai-a com humildade
Pois por ela só eu sei
Nunca julgo ou julgarei
O pecado inventado
Esse monstro inveterado
Que há milénios assestais
Uns aos outros... Ó mortais...
Cuidai sim de aproveitar
Os gozos e desfrutar
Da vida com mansidão...
Eu só tenho uma função:
Começar e acabar!...