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Cordel-->HOMENAGEM A PINTO DO MONTEIRO. -- 26/01/2004 - 00:07 (Wellington Vicente) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Calem todas as musas do Parnaso,
Chorem todos poetas, ouçam gênios
A leitura da ata dos milênios
Que em pauta registra um triste caso:
É que o tempo pediu o fim do prazo
Do oráculo do reino da magia
Cuja sua imortal sabedoria
Teve em nosso planeta o apogeu,
O Nordeste chorou porque perdeu
Seu maior patrimônio de poesia.

Esse mágico poeta condoreiro
Severino Lourenço Silva "Pinto"
Teve o templo dos deuses por recinto,
Por descanso o Nordeste brasileiro.
A poética cidade de Monteiro
Foi o berço que deu-lhe a luz do dia
Mas o resto do mundo conhecia
Porque gênio é sem pátria, o mundo é seu,
O Nordeste chorou porque perdeu
Seu maior patrimônio de poesia.

Foi, sem dúvida, a mais simples criatura
Entre todos os sábios do Universo:
Tinha doce na rima, a luz do verso
O fenômeno de brilho com doçura.
Mas só ele fazia essa mistura,
Essa química só ele a possuia
E só um deus entre os deuses fornecia
A doçura que tinha o verso seu,
O Nordeste chorou porque perdeu
Seu maior patrimônio de poesia.

Com a queda do rei do nosso trono
Perdeu toda a beleza a flor silvestre,
A escola da arte está sem mestre
E o país do repente está sem dono.
Sua casa ficou no abandono,
Na parede uma só fotografia
Por lembrança imortal da cantoria
O seu "pinho" hoje é peça de museu,
O Nordeste chorou porque perdeu
Seu maior patrimônio de poesia.

Cariri sem seu filho sofre tanto,
Os seus fãs choram todos com saudade,
Se poeta merece santidade
Nosso mestre talvez se torne um santo.
Se o espírito vier de um outro canto
Pra dar vida à matéria em que vivia
Achará sua carne apenas fria
Que o sepulcro guardou e não comeu,
O Nordeste chorou porque perdeu
Seu maior patrimônio de poesia.

O Nordeste tristonho lembra até
Da toada que "Pinto" solfejava,
Da bengala de pau que lhe escorava,
Da sandália pequena do seu pé,
Dos seus óculos de grau e do boné,
De uma Bíblia Sagrada, quando lia,
Tudo o que perguntasse, ele sabia,
Só nas aulas de Deus tudo aprendeu,
O Nordeste chorou porque perdeu
Seu maior patrimônio de poesia.

Rara espécime de todas gerações,
Grande exemplo de mestre sem diploma,
Estudado por mais de um idioma
Na História das Civilizações,
Príncipe e ídolo dos palcos dos sertões,
Invencível mentor da maestria,
Ao mundo doava, a Deus pedia...
O que a terra negou, o céu lhe deu,
O Nordeste chorou porque perdeu
Seu maior patrimônio de poesia.

Partiu "Pinto" para a alta imensidão
Para ter um encontro com Marinho,
Doutor Dimas, Xudu e Canhotinho,
Companheiros da mesma profissão.
Foi ouvir um poema de Cancão,
O poeta devoto de Maria.
Nasceu pobre, morreu de mão vazia
Mas o Reino do Céu lhe recebeu,
O Nordeste chorou porque perdeu
Seu maior patrimônio de poesia.

Autores: Sebastião Dias & João Paraibano.


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