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Infantil-->Contos para meus netos -- 05/07/2002 - 06:27 (José Ronald Cavalcante Soares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Contos para meus netos


Ocorreu-me uma idéia de escrever, reescrever seria um termo melhor, as histórias que me foram contadas por minhas avós, tias e pessoas amigas de minha família quando eu era garoto.
Algumas delas, devo confessar, foram criadas por mim, quando tinha a missão de ninar os meus filhos nas noites quentes de Teresina, onde fui juiz durante 13 anos.
Escrevi-as com uma finalidade: propiciar horas de leitura para os meus netinhos, especialmente, a netinha Luiza, cujo gosto pelos livros desabrochou nos tenros anos e que agora, lendo com desembaraço, demonstra pendores inegáveis para as letras.
Espero que os pequenos leitores encontrem momentos de prazer na leitura das historinhas, desenvolvendo o hábito salutar da leitura.





Gobilônio


Num remoto país chamado SONHOLÂNDIA, num dia escuro de começo de inverno, nasceu um estranho menino que, curiosamente, tinha um olho só, muito grande, localizado bem no meio da testa.
Os pais, espantados com a aparência do menino, deram-lhe o nome pouco comum de Gobilônio.
Gobilônio cresceu, quer dizer, na verdade, encolheu, encolheu tanto, que, para vê-lo, seus pais usavam grandes lupas, pois do contrário era impossível localizar de onde vinha a vozinha esganiçada do menino.
Desesperados com o fenômeno do encolhimento do garoto, seus pais resolveram leva-lo à presença do mago Nereu, conhecedor de todos os encantamentos, feitiços e bruxarias desde o tempo das fadas e dos alquimistas.
Mago Nereu, usando um microscópio de grande potência, observou detalhadamente o pequenino ser e, depois de alguns gemidos enigmáticos, falou:
- Gobilônio tem uma importante missão nesta vida: ele vai ser o encarregado do sono de todas as crianças deste mundo.
- Como assim? Perguntaram, em coro, os pais.
- Prestem bem atenção, quando os meninos, depois de horas de brincadeira e desgaste de energias, sentem uma vontade, eu diria mesmo, uma necessidade muito grande de dormir. Aí, então, entra o Gobilônio, pequenino, puxa o cílio dos garotos deixando os olhos muito pesados, puxando os lábios provocando bocejos, até o sono chegar...
E os pais saíram dali muito orgulhosos do seu rebento que, dali para frente, seria uma espécie de guardião do sono das criancinhas do mundo.

Por isso é que, quando os bebês e as crianças estão com muito sono, sem que elas possam enxergar porque ele e seus clones são muito pequeninos, Gobilônio e turma penduram-se nos cílios, apertam os lábios dos meninos, até que os olhos pesem bastante e a boca comece a bocejar e, lentamente, o sono fique irresistível.




O pé de feijão


Há muitos anos, num país de fantasia, vivia tranqüilamente um menino chamado João. João era muito vadio e gostava de aventuras. Vez por outra, apesar dos conselhos dos seus pais, João se metia numa encrenca.
Mas, nenhuma traquinagem foi maior do que naquele dia de primavera, quando João saiu de casa mal o dia rompeu, decidido a encontrar um tesouro. Andou e andou, afastando-se bastante da sua casa. Até que viu um pé de feijão imenso, que parecia crescer e crescer sem parar, embrenhando-se nas nuvens brancas daquele céu de anil. É que alguém havia lançado uma semente de feijão ali bem no local onde um japonês metido a gênio havia colocado grande quantidade de adubo orgânico feito de uma fórmula especial que o japonês terminou por esquecer.
João resolveu escalar o pé de feijão. Sem medo, pondo para funcionar o seu espírito aventureiro, subia e subia. De repente, quando já estava tão alto que nem podia enxergar o solo lá embaixo, João viu uma porta muito grande de um enorme castelo.
A porta estava entreaberta. João entrou de mansinho e percebeu que tudo ali era enorme: a mesa de refeições, o teto, as portas, as janelas, os cômodos, os móveis, os utensílios, enfim, tudo.
João, então, começou a investigar todo o castelo. Num dos salões, justamente, aquele que ficava mais ao sul, o menino descobriu aquilo que ele tanto sonhava: um tesouro! Eram peças valiosíssimas de ouro, prata, pedras preciosas, moedas antigas, colares, pulseiras, pingentes, medalhas, anéis, camafeus, gargantilhas, além de antiguidades variadas.
O menino olhava maravilhado, quando ouviu um barulho forte de pisadas.
O menino escondeu-se atrás de um biombo e ficou espiando por uma fresta.
Então, viu uma sombra enorme projetando-se no assoalho do salão.De repente, João vislumbrou o gigante.
- Sinto cheiro de gente. Quero sangue, quero sangue.
A voz era estrondosa e aterradora. João sentiu um frio de medo passar por sua espinha.

João tremia e tentava desesperadamente controlar os tremores. Aí, então, veio o espirro.
O gigante voltou-se e olhou para o lugar de onde soara o espirro.
Mas, o gigante era grande e por isso mesmo, muito lento, quando conseguiu olhar para a direção onde supostamente ocorrera o espirro, o menino já havia se esgueirado para longe dali. O gatinho do vigia começou a ronronar: Miau!!!Miau!!!Miau~!!! O gigante olhou para ele com aquele olhar esquisito que poderia até significar carinho, mas falou: não me distraia, gatinho. Sinto cheiro de gente. Quero sangue. Quero pegar o intruso que entrou na minha casa.
João arquitetara um plano, aproximou-se sorrateriamente da machadinha do gigante e agarrou-a. Ela pesava muito. Ele correu até a janela e agarrou-se ao pe de feijão. O gigante voltou-se para onde viera o ruído dos passos e ainda conseguiu ver o menino saltando a janela. Correu para lá. Mas João descia rapidamente. A um metro do solo, deu duas vigorosas machadadas e o pé de feijão veio a baixo. Com ele, o gigante que caiu estatelado.Em dois minutos virou pó.
Graças a João, o povo daquela aldeia viveu feliz e em paz por muitos e muitos anos.


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