Seis horas da noite. O bar estava vazio ou quase: a exceção eram dois velhos que falavam sobre uma pescaria abortada por uma chuva repentina e forte. De resto só o dono do bar que trazendo-lhe uma cerveja desculpava-se pela falta dos salgadinhos, garantindo-lhe no entanto que os mesmos estariam disponíveis em não do que vinte minutos.
Tudo bem! Na verdade, devorar aqueles pastéis engordurados e entupir-se de colesterol não era exatamente o que viera fazer ali; um bar que escolhera para sentar e esperar por uma acontecimento a altura do ato de levantar-se.
Passaram-se duas horas. Na cabeça do dono do bar apenas vinte minutos, pois só agora os salgadinhos estavam disponíveis. Pegou um pastel de palmito e pediu a quarta cerveja e enquanto bebia e comia, nada de acontecimento a altura do ato de levantar-se.
As dez em ponto, depois de entregar-lhe a quinta cerveja, o dono do bar comunicou aos presentes que pretendia fechar. Os dois velhos guardaram os anzóis, pagaram as pingas e foram embora, mas ele não. Em vez disso, analisou as palavras do velho diversas vezes e chegou à conclusão que as mesmas não estavam a altura do ato de levantar-se.
Mais duas horas passaram e mais duas cervejas foram pedidas e tomadas. O dono do bar já estava de saco cheio, doido para livrar-se do freguês incoveniente, mas o mesmo não dava nem sinal de sair. De repente o sino da matriz bateu meia-noite e o velho que já não conseguia manter os olhos abertos resolveu usar de violência e pegando-o pelo braço jogou-o para fora do bar.
__Vá encher o saco noutra freguesia Mané!
__berrou esfregando as mãos e fechando as portas do boteco.
Ele caiu sentado no meio da rua onde ficou, feito Buda, esperando por um acontecimento que estivesse a altura do ato de levantar-se.
De repente surgiu um caminhão buzinando ladeira a baixo com os freios falhando. O motorista desesperado gesticulava para que todos deixassem a rua e ele sem muita anásile concluiu que aquele era finalmente um acontecimento a altura do ato de levantar-se...
Descobriu porém, da pior forma, que as sete cervejas haviam privado-o da capacidade de realizar tal ato!
®LUMONÊ
DEUS e as LOUCURAS GENÉTICAS do HOMEM
A MORTE DO ZÉ |