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Artigos-->Releituras-Parece Que foi Ontem -- 30/03/2002 - 18:55 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


D. Pedro II completava 65 anos de idade quando chegava o ano de 1889. Para os padrões da época, um verdadeiro ancião. A imprensa da época, mais precisamente o Jornal do Comércio, segundo relato constante do volume I, da obra do Jornalista Carlos Chagas, intitulado O Brasil Sem Retoque, publicou, em 18 de maio de 1889: “Sua Majestade, que exerceu o poder pessoal em toda a sua plenitude, está hoje em dia colocado em pólo diametralmente oposto. Hoje, Sua Majestade reina, mas não governa, nem administra, como dantes fazia. Administram por ele, governam por ele. (...) Pela enfermidade que o persegue, a ação de Sua Majestade limita-se a perguntar aos ministros: -Que papéis temos para assinar? E assina-os sem discutir, sem dar a sua opinião. D. Pedro foi adepto da causa abolicionista, mas desagradou aos donos da terra, e por pouco não entrou para o Partido Republicano, logo no dia de sua fundação: “Eu sou republicano, todos sabem. Se fosse egoísta, proclamava a República para ter as glórias de Washington. Somente sacrifico-a em favor do Brasil. Estávamos nos primórdios do nascedouro da República.E já se fazia presente a "devoção” aos interesses dos Estados Unidos.............................................................(...)



É antiga e conhecida a disputa entre cariocas e paulistas. Não apenas no futebol, mas também nas artes plásticas, na literatura, na política, nas ciências e tantas outras questões. Às vésperas da República, foram inúmeros os livros, os ensaios e outros registros apresentando à Cidade de Itu como o berço do ideal republicano. Foi em Itu que se realizou a convenção de 1873, quando o ideal republicano tornou-se concreto. E os cariocas não ficaram prá trás. Fundaram o Clube Republicano, em novembro de 1870, e, um mês depois, conforme consta da bibliografia supracitada, surgia o Manifesto Republicano do Rio de Janeiro.



A idéia central foi assim resumida: “ Perante a Europa passamos por ser uma democracia monárquica que não inspira simpatia nem provoca adesões, e, perante a América, passamos por ser uma democracia monarquizada, onde o instinto e força do povo não podem preponderar ante o arbítrio e a onipotência do soberano”. O ideário republicano começa com seus simpatizantes divididos entre os moderados e radicais e esta diferença resulta na extinção do Clube Republicano e, em seu lugar, três anos depois, nascia o Clube Republicano Federal, em 1873.



Não sem muita briga e muita confusão, calúnias e troca de palavrões, a República, finalmente, saía do campo das intenções para se tornar realidade de fato.Uma certa hora, daquela manhã de 15 de novembro 1889, o Marechal Deodoro desce do prédio do Comando militar, monta no seu cavalo baio e, retira o boné em saudação à tropa, exclamando três vezes: “Viva a República”. Também deu vias ao Exército. E, alertado, vivas à Marinha. O povo, mais uma vez, já recebeu a notícia pronta. Não tinha participado de qualquer discussão a respeito. Nem sido consultado. Como sempre, aliás.



Na Quinta da Boa Vista, a Guarda Imperial é substituída e o imperador é preso. A princesa Isabel e o Conde d,Eu que tinham passado a manhã cavalgando, são informados dos acontecimentos e se dirigem ao palácio do imperador, e também são presos. O interessante é que tudo foi feito às pressas que nem pensaram em criar a bandeira que iria representar a Nova República. Uma costureira é chamada às pressas, desenha-se uma bandeira, por sinal, conforme consta do livro citado, uma cópia da bandeira dos Estados Unidos, com listas na horizontal em cor verde e amarela e encaminhada para o cruzador Parnaíba, que conduziria o imperador ao largo da ilha Grande, de onde seguiria para a França. O resto do ano de 1889 foi todo dedicado a organização do novo regime. A economia já não andava boa. O seu ministro, Rui Barbosa, preparava um decreto que Deodoro assina criando os bancos emissores de moeda. E começa um longo período de novos atritos, principalmente entre Exército e Marinha, por mais reconhecimento e poder junto à República..



O início da República, e durante muito tempo, foi marcado por muitas guerras contra invasores, contra insubordinações nos Estados e brigas pelo poder. Basta dar uma olhadela na excelente obra do jornalista Carlos chagas, “O Brasil sem Retoques”, em dois volumes.



E de lá para cá, a bem da verdade, a coisa não tem mudado muito, nem de forma e nem de conteúdo. Acho até que tem piorado, quando não fica estagnado. E fico a pensar: ou nós, brasileiros, realmente, nunca aprendemos a votar, ou nunca nos ensinaram a votar, ou, o que me parece mais grave, eleições, no Brasil, do jeito que são realizadas, não servem para nada.





Domingos Oliveira Medeiros

30 de março de 2002



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