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Cordel-->O Dedo do Americano -- 20/01/2004 - 11:06 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O Dedo do Americano
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

Há coisas que viram rotina
Como cachaça e cinzano
Como dor- de- cotovelo
Como gostar de bichano
Nessa pátria mãe gentil
Tudo que se faz no Brasil
Tem dedo do americano

Ninguém esquece a lição
Entra ano e sai ano
Desde a Proclamação
A coisa debaixo do pano
Nessa terra varonil
Tudo que se faz no Brasil
Tem dedo do americano

Brasil dos Estados Unidos
Nome dado por fulano
Começava a gozação
Nosso eterno desengano
Assim o nome surgiu
Tudo que se faz no Brasil
Tem dedo do americano


Nascia a Federação
Logo no primeiro ano
A bandeira que surgiu
Tinha outra cor no pano
Vermelho e azul anil
Tudo que se faz no Brasil
Tem dedo do americano

Na fundação da República
Nasceu a história do cano
Tudo feito de improviso
Não havia nem um plano
O povo inteiro sumiu
Tudo que se faz no Brasil
Tem dedo do americano

Naqueles tempos passados
O Fundo cobrava por ano
O juro que lhe cabia
O sagrado e o profano
O dólar a mais de mil
Tudo que se faz no Brasil
Tem dedo do americano

Veio a guerra mundial
Triste foi aquele ano
Afundaram o navio
Em nome de um fulano
Mas a coisa ninguém viu
Tudo que se faz no Brasil
Tem dedo do americano

Assim entramos na guerra
Entramos também pelo cano
Fomos brigar na Itália
Monte Castelo o plano
Morreram pra mais de mil
Tudo que se faz no Brasil
Tem dedo do americano

Nossa marinha até hoje
Vive o seu desengano
Recebeu o porta-aviões
Do amigo do beltrano
A Inglaterra decidiu
Tudo que se faz no Brasil
Tem dedo do americano

E o tempo foi passando
Lembro bem daquele ano
No mês de abril de sessenta
Muito trabalho insano
Brasília logo surgiu
Tudo que se faz no Brasil
Tem dedo do americano

Juscelino que o diga
O Fundo com voz de soprano
O dinheiro da construção
Juro alto à cada ano
A dívida assim subiu
Tudo que se faz no Brasil
Tem dedo do americano

Pró-álcóol não deu em nada
Na tecla do mesmo piano
Fizeram com que o programa
Desse errado o nosso plano
Criativo e bem sutil
Tudo que se faz no Brasil
Tem dedo do americano

Entramos na era Fernando
Presidente puritano
O sistema financeiro
O inimigo e o tirano
O juro de novo subiu
Tudo que se faz no Brasil
Tem dedo do americano

Eleito o companheiro
Permanece o desengano
Nada de novo acontece
Entrou ano, saiu ano
O risco desceu e subiu
Tudo que se faz no Brasil
Tem dedo do americano

No Congresso Nacional
A reforma sem um plano
Agrada todo banqueiro
A festa de fim de ano
A convocação se torna vil
Tudo que se faz no Brasil
Tem dedo do americano

Deputado é convocado
Com sorriso pueril
No bolso alguns trocados
Nem a vergonha assumiu
Para nosso desengano
Tudo que se faz no Brasil
Tem dedo do americano


Veio a guerra do Iraque
Mais um ato profano
Bravatas e violência
Do piloto do aeroplano
Mostrou-se nada gentil
Tudo que se faz no Brasil
Tem dedo do americano

O dedo maior de todos
Fura bolo e fecha a lista
Do abuso estrangeiro
Que vai dando a sua pista
E depois ainda reclama
Quando o povo ele chama
De país imperialista



20 de janeiro de 2004



















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