...E em outra ocasião
Mais uma história se fez
O dono de um barracão
Com o Jayme Wanderley
Reclamava ele então
De estar perdendo freguês
Estava acabrunhado
Parecia em penitência
Por vender muito fiado
Iria ele a falência
E o poeta educado
Disse-lhe com paciência
Amigo não perca o siso
Não é boa a ocasião
Coloque este aviso
Na porta do barracão
E fez assim de improviso
A escrita em papelão
¨Pra que não haja trasntorno
Aqui no meu barracão
Só vendo fiado a corno
Felá da puta e ladrão¨
E depois daquele dia
Só a vista se vendia
Mas não a todos não
Pois esquecidos os viados
Queriam comprar fiado
Pra aparecer no cartão
Se o poeta fosse vivo
Resolveria a questão
Fiado só aos enrustidos
Não fio aos assumidos
Aqui no meu barracão
Ficava assim o cartão:
¨Pra que não haja transtorno
Aqui no meu barracão
Só vendo fiado a corno¨
Viado enrustido
¨Felá da puta e ladrão¨
Se você é assumido
Deixe de ser atrevido
Que não fio a você não