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Contos-->No calor da paixão -- 04/02/2003 - 17:21 (Rose Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No calor da paixão

Cidade do interior, ribeirinha, em noite quente, sem brisa, abafada.
Provável prenúncio de chuva, penso, enquanto caminho lentamente pela balaustrada, ao longo do rio que corta a cidade.
É madrugada. Pareço ser a única alma viva a vagar. Não há perigo. É uma cidade pacata, onde todos se conhecem e nada de muito horrível acontece.
Levanto os longos cabelos em rabo-de-cavalo, na tentativa de refrescar a nuca úmida de suor.
A calçada é interrompida pela rampa que leva ao rio, e observando as águas escuras, cintilantes e convidativas sob o luar, sou invadida por uma idéia louca, um desejo enorme de refrescar-me.
Sorrio e olho atentamente para todos os lados.
Ninguém. Não há sinais de vida na redondeza.
Resolvo arriscar.
Desço a rampa languidamente, antecipando o prazer que o banho me dará. Paro às margens do rio, gingando, desço a calça jeans, apertadinha.
Nova olhadela... Nada. Tudo tranqüilo.
Levanto os braços, levando junto a miniblusa branca, de algodão. Rebolando, retiro minha última peça: a tanguinha branca, com rendinha na parte frontal. Chuto o tamanquinho dos pés, lentamente recebo o abraço do rio.
Hum... Que sensação deliciosa! A água, cálida, me acaricia suavemente, aliviando o enfado causado pelo calor.
Mergulho, dou algumas braçadas lentas e sigo boiando, olhando para o céu. Perco a noção das horas. Estava tão gostoso...
Contudo, decido voltar, mesmo a contragosto.
Distraída, não me dei conta do vulto, em pé, ao lado do montinho que fiz com minhas vestes, até tê-lo praticamente à minha frente.
Estanquei, estarrecida.
Nua, corpo cintilando, cabelos escorridos e colados até a cintura, totalmente exposta ao olhar guloso e estupefato que ele me dirigia.
Estávamos ambos paralisados. Instante agoniado em que tentava, desesperadamente, encobrir minha intimidade.
Lentamente ele se aproximou, saindo da penumbra, ficando sob a luz vinda do poste.
Senti-me capturada por seu olhar, que ardia, convidava e induzia...
Ternamente segurou minha mão, virando-a e beijando-lhe a palma, sem sequer piscar. O olhar mergulhado no meu.
Um arrepio de tesão percorreu-me a espinha.
Ergueu meus braços, passando-os sob seus ombros, provocando uma aproximação entre nossos corpos que me tirou o fôlego. Com carinho e firmeza, segurou em minhas ancas, puxando-me ao seu encontro.
Não conseguia pensar em mais nada. Nada mais havia. Somente nós...
Era alto, corpo bem-definido, devia ter uns quarenta anos, deduzi, enquanto ele segurava meu rosto entre as mãos, beijando sensualmente meus lábios carnudos e úmidos. Beijo lascivo, profundo, delicioso.
Desabotoei sua camisa, ao tempo em que passava levemente a ponta da língua em seus mamilos. Senti que ele estremecia. Sorri.
Poderosa e senhora da situação, abri o cinto e baixei sua calça. Minha língua seguia o curso das minhas mãos. Eu o tinha, preso, cativo.
Corpo levemente jogado para trás, mãos apoiadas em minha cabeça, ouvia seus gemidos... ele desvairado com o carinho que lhe fazia.
Deslizamos para o chão. Avidamente percorreu minhas curvas, sondou reentrâncias... Explorou meu corpo como navegante em terras recém-descobertas.
Em pé, desfez-se das roupas, ergueu-me gentilmente, apoiando-me contra a parede.
Eu me sentia liquefeita... Desesperadamente excitada.
Senti que me invadia. Firme, vigoroso. Agarrada ao seu pescoço, dançava no ritmo de suas estocadas. Delicioso vaivém... Tive a impressão de que ia desfalecer, tão grande era o meu prazer.
Beijou-me longamente, lambendo o canto dos meus lábios, sugando-me a língua. E explodimos! Juntos, agarrados, unidos em um grito espantoso de puro prazer.
Permanecemos abraçados um longo tempo, enquanto nos refazíamos. Sem trocar sequer uma palavra, nos vestimos.
Novamente beijou-me as mãos. Olhos úmidos, como que agradecidos.
Voltando à razão, dei-me conta do que acabara de fazer. Pisquei encabulada. Virei-me e corri desabalada para casa.
Nunca mais vi meu estranho amante. Meu desbravador da beira do cais. Penso até que sonhei... que nada disso ocorreu, jamais.

Rose Oliveira
Aracaju
21/01/03

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