Dizem que há muito antigo tempo
Na longínqua cidade de Belém
Nasceu um belo Menino ao relento
Entre palha de trigo e azevém
Dizem que era Virgem sua Mãe
Por obra de poder alto e divino
Como por relação dizem também
Que Deus é o Pai de tal Menino
Sábio pregador e paladino
Em homem de milagres se tornou
E apesar de tentado ao mau destino
Mesmo assim resistiu e não pecou
Dizem que o povo o condenou
A morrer numa cruz crucificado
Mas da morte em luz ressuscitou
Para subir ao céu iluminado
Hoje é de Deus supremo mandatado
Para fazer a paz por cada guerra
Enquanto no calvário lado a lado
Sucedem-se os cristos sobre a terra
Extraído o bem que a saga encerra
Vê-se infelizmente a humanidade
Qu indiferente mais e mais se aperra
Com ambição e fera crueldade
Eis-me então em face à realidade
Daqueles que a Deus dizem servir
Mas só agem perversos de maldade
Levando a vida inteira a mentir
Para enfim e assaz concluir
Como exemplo mais que evidente
Observe-se quem não cessa de infringir
A lei de Deus e o evoca incoerente!...
Torre da Guia = Portus Calle