Usina de Letras
Usina de Letras
10 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50669)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->O CONSERVATÓRIO DE MÚSICA É ÍCONE DE PELOTAS -- 26/08/2014 - 11:26 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos





O CONSERVATÓRIO DE MÚSICA É ÍCONE DE PELOTAS

 





                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                               L. C. Vinholes





 





Tiro da estante pequeno álbum que há décadas guarda parte da história de 1952 do Conservatório de Música de Pelotas. Suas páginas tem fotos, programas e dedicatórias de intérpretes que se destacaram no cenário mundial de meados dos século XX.







Para mim este álbum é muito especial, pois, com minha ida definitiva para São Paulo em 1953, ele passou a ser, sem que eu quizesse, testemunha da despedida de minha cidade natal.







Folheando suas páginas, entre tantos outros, vejo e recordo a Anselmo Zlatopolsky, violinista nascido na Rússia, que veio “em tenra idade para o Brasil, onde mais tarde obteve sua naturalização” tornando-se spala do Quarteto Haydn que Mário de Andrade criou quando fundou o Departamento de Cultura de S. Paulo; Nicanor Zabeleta o harpista espanhol, considerado “o primeiro harpista do mundo” depois de apresentar-se aos nove anos de idade, estudar em Paris com Marcel Tournier e ser solista das mais experientes orquestras do Velho Continente; o pianista Sebastian Benda, nascido na França,  “descendente da dinastia de músicos iniciada no século XVIII, incluindo Franz e George Benda, compositores da corte de Frederico o Grande”; Guido Santorsola, italiano de nascimento, exímio executante de viola da gamba, que no Brasil foi aluno de violino de Zaccaria Autuori e de composição com Agostinho Cantú, no Conservatório Dramático e Musical paulista, falecendo em Montevidéu, depois de desenvolver intensa atividade como compositor e regente no Teatro Sodre; o Trio Pró-Arte formado por Maria Amélia de Resende Martins, piano, George Retyi-Gazda, violino, e Jacques Ripoche, violoncelo, ela uma das responsáveis pela fundação, na década de 1940, da Sociedade Pró-Arte, no Rio de Janeiro, que, empresariando grandes artistas, promoveu recitais e concertos de parceria com instituições das principais cidades do Brasil; Walter Gieseking pianista francês, nascido em 1895, aluno de Eugenio Gandolfo, que viu sua carreira interrompida com a guerra de 1914 e que mais tarde, embora contra sua vontade, teve que tocar para Adolfo Hitler. De Sebastian Benda vale lembrar que foi diretor do Departamento de Música da Universidade Federal de Santa Maria e, mais tarde, do mesmo departamento da Universidade Federal da Bahia. Também em 1952, sob a regência de H. J. Koellreutter, conhecido mestre de compositores brasileiros, tais como Claudio Santoro, Edino Krieger e Guerra Peixe, Benda foi solista da orquestra da Sociedade Orquestral de Pelotas. Koellreutter, por sua vez, regeu o Coral do Conservatório apresentando a singular cantata “Negrinho do Pastoreio”, para vozes femininas, de Eunice Catunda, anos depois regida por Lourdes Nascimento, mestra de gerações de cantoras e cantores pelotenses. A coluna Música dos jornais Diário Popular e A Opinião Pública daquele ano tem artigos não só sobre os artistas citados, mas também sobre os recitais de Verônica Mimoso Ehrbar Liszt, Lucy Salles, Henry Jolles, György Sándor, Maria Aparecida Pista, Eva Heinotz, Rodolfo Caracciolo, Alejandro Barletta, Winia Farberow e Ramón Ayestarán.







Lendo notícias recentes, tomei conhecimento das tratativas que visam retirar o Conservatório do local que ocupa. Preocupa-me, pois se não levarem em consideração o seu passado, destruirão parte da história de Pelotas, em prejuízo das  gerações futuras.







O Conservatório, no prédio em que se encontra há quase um século, é ícone da Princesa do Sul.














[i] Artigo pulicado na edição de 25.08.2014, do Diário Popular de Pelotas, RS.







Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 10Exibido 615 vezesFale com o autor