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Poesias-->Lixo.luxo e miséria -- 19/04/2003 - 15:29 (NILTON MANOEL) |
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Pés firmes
pisam o lixo a granel.
Mãos ágeis
de gente trabalhadora
buscam "ouro"
nos restos do doméstico urbano.
Como o lírio que floresce na lama,
em cada caçamba de caminhão
a emoção desperta
em brilho de nova esperança.
Desse despojo abjeto
quem não tem ou consegue viver
com mínimo salário
Ah! rrabujas de patrão!
sonha com alegria
a autonomia
de gerir a própria sorte.
O que importa o cheiro
para quem sonha com o luxo
o lixo é o poleiro.
A insalubridade
rola solta por todos os lados
Quem peneira ouro
tem mercúrio
e no sorriso reluzente
até amálgama contém.
Pés firmes,nãos ágeis
pela madrugada tranquila
São os pulsos e o corre corre
do bate lata de porta em porta
rua em rua
que torna a luta constante
todo o lixo da cidade
por um salário mixo
vai para o aterro sanitário.
Neste mundo até injusto
quanta gente ganhando miséria
não lustra a vida de outros
que ganham exageradamente...
O padrão de vida
o patrão da lida
cada qual com sua habilidade
exerce com dignidade
a sua profissão.
Longe
famílias inteiras
vivem longe da miséria
sem temer o desemprego
pegando o ouro
que a burguesia dá para o lixeiro
levar para o lixão...
Isto sem colocar em destaque
que o chamado lixo útil
ainda é feito de forma fútil.
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