Usina de Letras
Usina de Letras
218 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140786)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->12. ORAR E TRABALHAR -- 16/04/2003 - 07:41 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Meu senhor, que desperdício

Ocupar-se com o vício

De ficar orando à toa!

Se for preciso rezar,

Não queira só agradar:

Tenha uma causa mui boa.



As comadres, nas esquinas,

Julgam-se muito ladinas:

Falam mal da vida alheia.

Correm, depois, para a igreja,

Contam ao padre o que seja,

Fazendo a reza mui feia.



Em casa, têm uma imagem,

Junto à qual contam vantagem,

Em padres-nossos sem fim,

E rezam ave-marias,

Solfejando melodias

De pieguice ruim.



Ao chegarem cá no etéreo,

Fazendo ar muito sério,

Querem entrar para o coro.

Mas anjos não aparecem

E seus sentimentos crescem,

Vindo a perder o decoro.



Batem no peito: — “Ai de mim!...

Deve ter sido chinfrim

O santo p’ra quem rezei!

Foram tantos os meus terços,

Desde os tempos lá dos berços:

Onde será que pequei?”



Ao invés de rezar tanto,

Querendo comprar o santo,

Por que não a caridade?

A Lua paira no céu

E, sem fazer escarcéu,

Manda ao mundo claridade.



O Sol, por ser quente à beça,

Sem fazer qualquer promessa,

Enche de vida o planeta,

Ao contrário de quem acha

Que deve pagar a taxa

Da lengalenga calceta.



As estrelas pouco fazem,

Mas aos poetas comprazem,

Conversando sobre a lida.

Em lugar de reza pobre,

Deixar o tempo que sobre,

Para pensar sobre a vida.



Testemunha secular,

Viu Jesus o brando mar

E muita gente importante.

Banhou os pés desses santos,

Misturou-se com seus prantos.

Orar, orou: um instante.



Consciente dos compromissos,

Faça o homem seus serviços,

Sem requerer beneplácitos.

Os acordos doutra esfera

Não contemplam tal espera,

Por isso são sempre tácitos.



Compreenda o homem que Deus

Todos tem por filhos seus

E por todos tem carinho.

Estrelas, mar, Sol e Lua,

Faça deles coisa sua,

Pois Deus é pai e padrinho.



Jesus orou bastas vezes,

Sem pensamentos soezes,

P’ra livrar o irmão da dor.

Vão dizer que fez milagre,

Mas fará quem se consagre

A honrar o Pai com amor.







— “Meu irmão, que coisa feia

Comentar a vida alheia

De quem reza a toda a hora!

Interrompa este serviço,

Pois está a encher chouriço:

Já é tempo de ir embora.



“Mas, antes, reze uma prece,

Pois quem verseja agradece

Essa feliz cortesia.

Sendo ricos os tais versos,

Ou pobres, rudes, perversos,

Haverá sempre alegria.”







— Senhor, o esplendor da Lua,

O calor do Sol, que atua

Sobre a vida deste mundo,

As estrelas cintilantes,

No mar, as ondas galantes

Calam este vagabundo.



Aceitai, pois, a poesia,

Que eu nada melhor faria,

Para honrar-vos com amor.

E tende um lugar formoso,

P’ra quem sentir vosso gozo,

Mesmo em preces sem valor.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui