PARA MINHA LEITORA PARANAENSE
Você me escreve: “Isso que você diz é a mais pura verdade.” E me descreve, em seguida seu posicionamento em uma situação concreta.
Refere-se à frase “O AMOR QUE NOS CHEGA”, que diz: “O amor nunca incomoda, é sempre vida de sobejo. Se o recebemos e nos contrariamos, está na hora de nos examinarmos cuidadosamente.”
Minha Amiga, pensemos no que é uma frase publicada, seja de um nome famoso ou de um escritor contemporâneo, conhecido ou não.
A frase é um pensamento do Autor que é colocada para questionamento, para reflexão, para que seja lida, interpretada, sentida. Ela pode ser a verdade do Autor, mas isso não quer dizer que seja uma verdade de todos, uma verdade acabada. Autor nenhum é dono da verdade.
Ao ler o que você me escreve, refleti muito sobre a minha responsabilidade ao colocar meu pensamento para o público, especialmente diante dessa frase a que você se refere. Minha intenção é convidar o leitor que, por acaso, se encontre em situação de rejeitar um amor, a se rever cuidadosamente diante da importância do fato de ser amado por alguém. O resultado desse exame será a verdade dele. Portanto, não seria válido massificarmos situações individuais.
Essa frase é minha verdade e pode ser a sua, coincidentemente. Mas não será jamais a verdade de todos.
Ao lermos qualquer afirmativa, tentemos questioná-la, refletir e formar a nossa própria opinião a respeito. Assim como, ao escrever e publicar, tomemos o cuidado de não passar ao público uma idéia de que aquilo que pensamos é a absoluta verdade.
Peço que leia “DESCULPE, ANDRÉ GIDE”, que publico em Ensaios. É justamente minha discordância de um pensamento do famoso escritor francês. E acredito que seja assim que devamos nos posicionar como leitores, sempre. E estaremos formando o senso crítico que falta tanto neste mundo de “Maria vai com as outras”...
Obrigada, minha amiga, pela sua apreciação e pela oportunidade que me dá de discorrer sobre um ponto que acho de grande importância e que muitas vezes perdemos de vista quando expomos nosso pensamento.
Termino como você terminou: “E viva o amor!” rs...
Meu beijo.
Sal
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